A formação do pós-graduando em química para a docência em nível superior

  • Arroio A
  • Rodrigues Filho U
  • Silva A
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Abstract

Recebido em 19/5/05; aceito em 21/12/05; publicado na web em 22/8/06 THE FORMATION OF CHEMISTRY POSTGRADUATE STUDENTS FOR TEACHING IN HIGHER EDUCATION. The article presents a brief analysis on chemistry postgraduate students' perception on teaching in higher education. This study was done based on the context of students' formation in chemistry postgraduate programs and makes suggestions on how to improve the formation process of postgraduate students in order to decrease the rupture between teaching and research in chemistry postgraduate programs. INTRODUÇÃO O ensino superior, em geral, é focado na figura do professor e no seu conhecimento. As aulas geralmente são expositivas, leituras de texto e seminários; dificilmente debate-se sobre os procedimen-tos metodológicos do ensino superior 1. Nos últimos anos tem-se in-tensificado a exigência de titulação de Mestrado e Doutorado, vi-sando a melhoria do ensino, o que não garante uma orientação pe-dagógica para a prática docente. Um outro problema segundo Vas-concelos 2 seria a falta de um "projeto educacional claramente ex-presso e definido ao qual todos os seus docentes pudessem se filiar". O processo de construção do projeto de curso seria um espaço de reflexão e/ou o início de uma orientação pedagógica no ensino superior. No entanto, o que ainda estaria orientando a prática docente seriam as suas experiências, enquanto estudantes, inspiradas nos professores que tiveram durante sua formação. A qualificação de professores para o exercício da docência no Ensino Superior, apesar de não ser uma prioridade estabelecida com rigor no contexto das Políticas Educacionais nos últimos anos, torna-se a cada dia mais necessária, uma vez que o professor deve assu-mir o complexo histórico de constituição da sua área de atuação. Tendo o conhecimento específico de sua área de atuação como ins-trumento de mediação na relação entre a universidade e a socieda-de, o professor necessita possuir um domínio aprofundado deste conhecimento específico para que possa introduzir o aluno no do-mínio dos métodos da ciência. Em conjunto ao domínio do conhecimento específico de sua área, é primordial, também, que o professor do ensino superior tenha pro-funda competência pedagógica, como sendo um requisito importante para trabalhar a formação de seus alunos. A universidade está enfrentando uma crise, referente ao seu qua-dro de professores com desempenho no ensino. A referida crise não reside apenas na escassez de massa crítica, mas sobretudo no cumpri-mento da exigência de qualificação, de titulação e de formação peda-gógica necessárias ao exercício da docência. Segundo Pimenta e Anastasiou 3 , nas Instituições de Ensino Superior , em geral, predomina o despreparo e até um certo desconhe-cimento científico do processo de ensino e de aprendizagem, este mesmo processo do qual os professores são os responsáveis. Nota-se, hoje, que a admissão de professores, mesmo por critérios de concurso, prática louvável nas universidades públicas, é feita sem levar muito em consideração se o candidato domina ou não o cam-po de conhecimento pedagógico e as relações entre este com as disciplinas técnico-científicas e outras afins, o que dificulta uma prática pedagógica eficiente. Valoriza-se por demais a produção científica, mesmo em se tratando da contratação de um docente e não de um pesquisador. A maioria dos professores contratados não tem muito domínio do campo pedagógico, o que vem dificultar a prática do ensino com pesquisa. Para Maldaner 4 este despreparo pedagógico dos professores universitários é fruto de sua própria formação. O esgotamento do modelo fragmentado de conceber o homem, pelo menos em tese, mesmo que sua utilização ainda balize diversas práticas acadêmicas, e a necessidade de lidar com o humano com base em parâmetros mais amplos, relacionando suas diferentes facetas, tra-zem para a universidade o desafio de formar profissionais para o nos-so tempo e para um novo tempo 5. Essa realidade exigiria da universi-dade uma reformulação na política de formação docente. Para o melhor desempenho pedagógico dos professores, princi-palmente daqueles que se encontram em estágio probatório, a univer-sidade precisa intensificar programas já existentes de acompanha-mento pedagógico que possam oferecer cursos de aperfeiçoamento em didática e metodologia do Ensino Superior, realizar encontros, estabelecer mecanismos de diálogo com os departamentos didáticos, no sentido de tentar superar a antiga dicotomia entre a formação téc-nico-científica e a formação pedagógica. É necessário que a política de formação pedagógica de professores universitários deva se preo-cupar, também, com as questões de valores éticos. Entende-se que a competência na docência se encontra indissoluvelmente ligada com os sentimentos de valores, isso porque a exigência da ação pedagógi-ca, relacionada com a formação, sempre implica um dever-fazer e um dever-ser. Assim, os professores inseridos na docência no Ensino Superior precisam estar preparados para trabalhar o conhecimento

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Arroio, A., Rodrigues Filho, U. P., & Silva, A. B. F. da. (2006). A formação do pós-graduando em química para a docência em nível superior. Química Nova, 29(6), 1387–1392. https://doi.org/10.1590/s0100-40422006000600040

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