As abordagens biográficas em educação, malgrado sua diversidade, têm como pressuposto comum o poder transformador da ação de narrar a experiência vivida. Admitem que a reflexividade narrativa propicia à pessoa que narra a possibilidade de dar sentido ao que antes não tinha e, ao ordenar narrativamente os acontecimentos, ela (re)constrói outra versão de si e de sua formação. Uma das grandes inquietações da pesquisa consiste em examinar os modos como a ação de linguagem permite operar versões provisórias de si e da experiência narrada. O objetivo do artigo é contribuir para os estudos sobre a reflexividade narrativa como capacidade humana de operar com a linguagem essas versões de si e seu poder auto(trans)formador. Discutirei as noções de autobiografização e de heterobiografização na articulação com a reflexividade narrativa e suas incidências sobre a formação humana. Interrogo a emergência do eu e a hesitante entrada da subjetividade na pesquisa qualitativa, adotando a perspectiva defendida por Dilthey (2010), que considera inseparáveis os vínculos entre a vida, a experiência vivida e a ciência. A vitalidade do sujeito é aqui estudada com base nas noções de sujeito empírico, sujeito epistêmico e sujeito autobiográfico, enquanto dimensões da subjetividade, que se constituem pela reflexão narrativa nos processos de produção e recepção de narrativas da experiência.
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Passeggi, M. da C. (2021). REFLEXIVIDADE NARRATIVA E PODER AUTO(TRANS)FORMADOR. Práxis Educacional, 17(44), 1–21. https://doi.org/10.22481/praxisedu.v17i44.8018
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