O artigo retrata exemplos de mulheres e místicas que leram a Bíblia de uma forma nova e diferente de como a secular tradição masculina fez. Elas conseguiram reinterpretar sua experiência de fé com palavras originais e manifestam uma subjetividade cheia de dúvidas expressa sabiamente pelo uso da ironia. São elas: Domenica Narducci da Paradiso (+1553), que comenta com grande coragem a famosa proibição paulina "As mulheres calem em assembléia" (1Cor 14,34); Arcangela Tarabotti (+1652), que sem temor denuncia o escândalo dos enclausuramentos forçados; Sarah Grimké (+1873), que leva adiante uma leitura emancipacionista e igualitária das Sagradas Escrituras; Elisa Salerno (+1957), que encontra na má interpretação da Bíblia os fundamentos da exclusão feminina e acusa a Igreja Católica de "heresia antifeminista". O rastro de pensadoras nunca se exauriu e retoma vigor nos dias atuais com os estudos e as reflexões de teólogas que impulsionam suas igrejas a buscar novos modos de viver a igualdade e a diversidade, com o intuito de reconhecer na diversidade um valor imprescindível para a fé no Deus Uno e Trino.The essay presents some examples of women and mystics who have read the Bible differently from the age-old male tradition. They have been able to reinterpret their own experience of faith using a new language, showing a doubtful subjectivity skillfully expressed through irony. They are: Domenica Narducci da Paradiso (+1553), who courageously comments on the famous prohibition ofSt. Paul that "Women must be silent in the assembly" (1Cor 14,34); Arcangela Tarabotti (+1652), who does not fear to denounce the scandal of compulsory wows; Sarah Grimké (+1873), who carries out a reading of the Holy Texts in the light of the emancipation and equality; Elisa Salerno (+1957), who characterizes the roots of female marginalization in the tendentious interpretation of the Bible and accuses the Catholic church of "anti-feministic heresy". Such a presence, which has never exhausted itself throughout the centuries, is becoming more and more important today thanks to the studies and the reflection of female theologians, who are pushing their churches into finding new ways of pursuing equality and diversity, acknowledging an absolute need for the faith in the Trinity.
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Valerio, A. (2005). A teologia, o feminino. Revista Estudos Feministas, 13(2), 367–376. https://doi.org/10.1590/s0104-026x2005000200010
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