O advento da sociedade em rede promoveu mudanças significativas na experiência-com-o-mundo. Observa-se nos últimos anos a crescente toxidade no ambiente informacional, marcado tanto pela vivência tóxica da informação que circula legalmente nas redes sociais como por informações que intoxicam os indivíduos e grupos. O objetivo é discutir, em tempos de pós-verdade e da sociedade non-stop, o aspecto tóxico da informação, que ao tornar o ambiente informacional tóxico, adoece indivíduos e também as sociedades democráticas, ao esmaecer a empatia para com os demais e de pôr em risco a própria ideia de democracia e de vida partilhada de modo democrático. A proposta é discutir a intoxicação pela informação não pelo excesso (infoxicação), mas pelo que nomeio informação tóxica, i.e., o aspecto tóxico da informação e de ambiente informacional tóxico tendo como referência os discursos de ódio. Para tanto serão consideradas a desconstrução de experiências de estados democráticos mediante o crescimento da circulação de discursos de ódio e de discursos de ódio fascistas; o crescimento da desinformação; o crescimento da circulação de notícias fraudulentas (Fake news) e de notícias falsas (por exemplo, as não endossadas pelos saberes científicos, como o terraplanismo, a ideia da supremacia branca); os robots e os algoritmos.
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Wilke, V. C. L. (2020). Pós-verdade, fake news e outras drogas. Logeion: Filosofia Da Informação, 7(1), 8–27. https://doi.org/10.21728/logeion.2020v7n1.p8-27
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