Objetivo: Revisar questões práticas voltadas para o acolhimento e acompanhamento pediátricos de crianças vítimas de violência e de suas famílias. Fonte de dados: Revisão de literatura a partir dos bancos de dados MEDLINE e LILACS, anos 2000 a 2005. Foram incluídos, por sua relevância, alguns artigos de anos anteriores e livros. Síntese dos dados: Dentre as ações do profissional de saúde para a proteção da criança vitimizada, destaca-se o acolhimento nos diver- sos setores da atenção (comunidade, ambulatório, emergência e enfermaria), fundamental para diminuir as conseqüências negativas imediatas e de longo prazo causadas pela violência. As instituições de proteção não conseguem monitorar todas as famílias sob sua respon- sabilidade, e a maior parte dos casos de maus-tratos sequer chega ao conhecimento desses órgãos, sendo aconselhável a manutenção do acompanhamento pediátrico. Deve-se garantir apoio e orientação à família até que a criança esteja em segurança. Os principais desafios são: envolver-se sem gerar mais violência; ter toda a família como alvo da atenção, incluindo familiares que cometeram a agressão, auxiliando- os a mudar comportamentos inadequados; desenvolver habilidades específicas para esse tipo de trabalho, o qual deve ser multiprofissional, interdisciplinar e intersetorial. Conclusões: As famílias enfrentam dificuldades quando suas crianças sofrem violência e também quando a situação se torna pública, passando a demandar intervenções de diversas instituições. Nesse processo, o pediatra pode orientá-las e auxiliá-las a garantir a proteção e o desenvolvimento saudável da criança. Para superar os desafios dessa missão, o profissional precisa estar preparado técnica e emoci- onalmente.
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Ferreira, A. L. (2005). Acompanhamento de crianças vítimas de violência: desafios para o pediatra. Jornal de Pediatria, 81(5). https://doi.org/10.1590/s0021-75572005000700007
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