RESUMO A Organização Mundial da Saúde (OMS) define Cuidados Paliativos como abordagem que aprimora a qualidade de vida dos pacientes e seus familiares que enfrentam problemas associados a doenças ameaçadoras de vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento. Recentemente no Brasil, promoveu-se a Medicina Paliativa a especialidade médica, obrigando a repensar os conceitos de educação em terminalidade da vida nas escolas brasileiras. O relacionamento pessoal com a morte parece influenciar diretamente a premissa do cuidar-mais-que-curar, sendo essencial na relação do cuidador com aquele que morre. Há estreita relação entre ansiedade e medo da morte e a atitude do estudante de Medicina perante situações de terminalidade de vida. A visão que o acadêmico tem sobre a morte poderá determinar a disponibilidade interna, valores, conceitos e preconceitos com relação à morte e ao morrer e determinar seu desempenho como profissional. Dessa forma, os programas de educação médica devem ressaltar não apenas os aspectos teóricos e técnicos em Cuidados Paliativos, mas também o clima emocional que envolve o ato médico e a finitude da vida. Objetivo: Comparar as atitudes de acadêmicos em curso de Medicina perante a morte e o processo de morrer segundo o contato teórico e/ou prático com a disciplina de Cuidados Paliativos ao longo de sua formação médica. Método: Estudo de coorte que avalia a modificação do perfil do acadêmico de Medicina com base nos questionários de Tanatofobia e Autoeficácia em Cuidados Paliativos. Resultados: A reflexão teórica diminui a ansiedade relacionada à atividade prática (p < 0,05). As habilidades em comunicação e multidisciplinaridade em Cuidados Paliativos são mais bem desempenhadas pelo grupo que recebe treinamento completo, teórico e prático, do que nos grupos que recebem apenas teoria ou nos que adquirem seus conhecimentos mediante aprendizado em serviço exclusivamente (p < 0,05). Conclusão: A disciplina Cuidados Paliativos auxilia na superação de medos relacionados à morte, reduzindo a ansiedade envolvida na prática dos cuidados de fim de vida, principalmente no quesito comunicação. Estudantes que recebem treinamento teórico e prático em Cuidados Paliativos mostram maior confiança diante de situações de terminalidade.ABSTRACT Background: The World Health Organization (WHO) defines Palliative Care as an approach which, by preventing and alleviating suffering, improves the quality of life of patients and their families who face problems associated with life-threatening illnesses. In Brazil, Palliative Medicine has recently been promoted to the category of medical specialty, obliging Brazilian medical schools to review the educational concepts associated to end-of-life care. The personal relationship with death seems to directly influence the premise of care-more-than-healing, as an essential element of the caregiver's relationship with the terminal patient. There is a close relationship between anxiety and fear of death and the medical student's attitude in the face of end-of-life situations. The scholar's view of death may determine their inner disposition, values, concepts, and prejudices regarding death and dying and determine their performance as a professional. Thus, medical education programs must emphasize not only the theoretical-technical aspects in Palliative Care, but also the emotional climate that involves the medics’ attitudes and actions in end-of-life situations. Objective: To compare the attitudes of medical students when faced with death and the process of dying according to their theoretical and/or practical training in Palliative Care. Method: A cohort study evaluating how the profile of medical students has changed based on questionnaires on Fear of Death and Self-Efficacy in Palliative Care. Results: Theoretical reflection reduces anxiety related to practical activity (p < 0.05). Communication and multidisciplinary skills in Palliative Care are performed far better by those who receive complete theoretical and practical training than those who are trained only in theoretical terms or those who rely exclusively on in-service learning (p < 0.05). Conclusion: The Palliative Care discipline helps students overcome fears related to death, thus reducing their anxiety when practicing end-of-life care, especially in terms of communication. Students who receive this theoretical and practical training. Students who receive theoretical and practical training in Palliative Care show greater confidence when faced with end-of-life situations.
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Malta, R., Rodrigues, B., & Priolli, D. G. (2018). Paradigma na Formação Médica: Atitudes e Conhecimentos de Acadêmicos sobre Morte e Cuidados Paliativos. Revista Brasileira de Educação Médica, 42(2), 34–44. https://doi.org/10.1590/1981-52712015v42n2rb20170011
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