O presente estudo pretende caracterizar e comparar os padrões de jogo ofensivos realizados pelas equipes semifi nalistas do Campeonato do Mundo FIFA 2010-Espanha, Holanda, Alemanha e Uruguai. Através do instrumento de observação SoccerEye e do "software" de registo SoccerEye (v1.0, Março 2011), recolheram-se 1938 sequências ofensivas de 28 jogos (sete por equipe) transmitidos por estações públicas de televisão. O instrumento de observação SoccerEye é constituído por sete critérios: 1) Início da fase ofensiva; 2) Desenvolvimento da Transição-Estado defesa/ataque; 3) Desenvolvimento da posse de bola; 4) Final da fase ofensiva; 5) Espacialização do terreno de jogo; 6) Centro do Jogo; e 7) Confi guração Espacial de Interação. Para a análise sequencial dos dados utilizou-se o "software" SDIS-GSEQ (v5.0.77, 2010). Verifi cou-se que a seleção da Espanha, vencedora do Campeonato do Mundo FIFA 2010, tende a rematar à baliza adversária após passe curto positivo (z = 4,12) ou drible (z = 4,38), ambos os comportamentos realizados na zona central ofensiva (z = 3,94). A Espanha tende a marcar gols após uma ação do goleiro adversário (z = 5,95), que por sua vez resulta de um remate (z = 8,43) à baliza adversária. Conclui-se que a efi cácia ofensiva das equipes semifi nalistas no Campeonato do Mundo 2010 não se confi na aos métodos e aos estilos de jogo utilizados, mas parece estar relacionada com a respetiva variação durante o mesmo jogo e/ou entre jogos diferentes, em resposta aos constrangimentos que o confronto com o adversário coloca. PALAVRAS-CHAVE: Padrão de jogo; Comportamento tático; Análise sequencial; Metodologia observacional; Análise de jogo. O jogo de Futebol afigura-se como sistema dinâ-mico no qual as equipes operam segundo distintos padrões de ação 1. Nesse sentido, envolve subsiste-mas e distintos níveis de organização que tendem a refletir padrões comportamentais observáveis na dinâmica do jogo. Na literatura têm vindo a ser descritos modelos que visam o mapeamento do jogo de Futebol. Por exemplo, HEDERGOTT 2 e TEODORESCU 3 referem-se ao modelo de jogo dualista, que contempla duas fases: ofensiva e defensiva, diferenciadas pela existência ou não da posse de bola, respectivamente, enquanto Louis VAN GAAL 4 , OLIVEIRA 5 e VELÁSQUEZ 6 descrevem a organização do jogo com base em quatro momentos: a) organização ofensiva; b) transição ataque/defesa; c) organização defensiva; e d) transição defesa/ataque. Já BARREIRA e GARGANTA 7 , através do Modelo de organização do jogo de Futebol, perspectivam o jogo segundo duas fases (ofensiva e defensiva), que incluem e diferenciam os conceitos operacionais de transição, enquanto Estado e enquanto Interfase, conforme a recuperação da posse de bola aconteça de forma direta/ dinâmica ou indireta/estática, respectivamente. MESQUITA et al. 8 consideram o ataque como a fase fundamental do jogo de Futebol, enquanto HUGHES e BARTLETT 9 se referem a este como um jogo de gols. Contudo, trata-se de uma modalidade que se distingue dos demais jogos desportivos coletivos pela reduzida quantidade de ataques que terminam com gol-1% segundo DUFOUR 10. Neste contexto, a criação de situações de finalização através de remate à baliza adversária afiguram-se como comporta-mentos identificadores de eficácia no que respeita às sequências ofensivas. A análise quantitativa de indicadores técnicos, tais como o número de passes, de gols marcados e/ou de
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Machado, J. C., Barreira, D., & Garganta, J. (2013). Eficácia ofensiva e variabilidade de padrões de jogo em futebol. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, 27(4), 667–677. https://doi.org/10.1590/s1807-55092013000400014
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