O artigo é parte da pesquisa atoral acerca da música, da dança e das artes visuais como linguagens essenciais para o jogo dos atuantes com o público no teatro de rua. A tese originária do artigo é constituída de estudos e experimentações corpóreo-musicais na sala de ensaio, apresentações de peças, de rua e palco, investigações e recolhas permanentes de materiais estéticos pelo país, para construir as bases práticas e conceituais de uma metodologia de ensino do teatro fundamentada nas variantes antropológicas brasileiras, que traz a música e a dança popular para os processos criativos e as relações de ensino-aprendizagem. Nesse contexto investigativo atoral, o artigo destaca os modos de preparação-criação e apresentação de “As quatro chaves”, espetáculo de rua e espaços abertos, em que as artes são integradas num jogo de aprendizagem dos desejos com o público, ressaltando a relevância artística e pedagógica de Ilo Krugli e do Ventoforte na historiografia da arte-educação e do teatro infanto-juvenil no Brasil. A peça traduz o ideário, a criativa e libertária visão de mundo de Ilo Krugli, que faz da brincadeira de rua dos desejos o espaço de troca de saberes e experiências, campo de conhecimento e liberdade de expressão, de autonomia do ser, de tempos e espaços coletivos de comunhão e celebração.
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Santos, L. C. R. dos. (2022). Nas ruas do sem fim do mundaréu com “As quatro chaves” e o Ventoforte. OuvirOUver, 18(2), 229–246. https://doi.org/10.14393/ouv-v18n2a2022-66162
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