A disseminação das bactérias do gênero Chlamydia no Brasil, inclusive na região Amazônica, é pouco conhecida. Este estudo soroepidemiológico incluiu 2.086 amostras de soro de populações indígenas da Amazônia brasileira, empregando metodologia de triagem pela imunofluorescência indireta para pesquisa de anticorpos. Usou-se o sorotipo L2 da C. trachomatis como substrato; a seguir, para os quinze sorotipos de C. trachomatis e para a C. pneumoniae, discriminou-se a sororreatividade pela microimunofluorescência específica. A prevalência média de anticorpos para Chlamydia foi de 48,6%. Sua variação entre as comunidades indicou as que não tiveram contato com as bactérias e aquelas em que quase todos os testados tiveram. Por meio da titulação dos anticorpos IgG e a presença de IgM específica nas amostras com títulos altos viu-se que 6,1% dos infectados persistiam com a infecção, servindo de reservatórios à disseminação das espécies de Chlamydia. Pela resposta à C. trachomatis, evidenciou-se a circulação dos sorotipos A, B, Ba, D, E, G, H, I e L1. Ademais, constatou-se que há C. pneumoniae na região. As duas espécies causariam impacto significativo no hospedeiro humano.Knowledge is limited on the spread of bacteria from genus Chlamydia in Brazil. This study included a sero-epidemiological survey of 2,086 samples from native Indian populations of the Brazilian Amazon region. Sera were screened using indirect immunofluorescence assay for detection of antibodies to C. trachomatis serotype L2, followed by microimmunofluorescence assay using fifteen C. trachomatis and C. pneumoniae serotypes as antigen substrates. Antibody prevalence was 48.6%, but there was a large prevalence range among the groups, including those that had never been challenged with the bacteria, as well as those in which almost all individuals had been infected. Titration of IgG antibodies and detection of specific IgM in high-titer samples showed the persistence of Chlamydia in 6.1% of the reactive individuals, who probably play an important role as reservoirs for dissemination of the bacteria. Specific seroreactivity to C. trachomatis showed the presence of serotypes A, B, Ba, D, E, G, H, I, and L1 in the geographic area surveyed. Furthermore, the survey showed that C. pneumoniae was also infecting these individuals. Both species may be involved in a significant human disease burden that merits further clarification.
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Ishak, M. de O. G., & Ishak, R. (2001). O impacto da infecção por Chlamydia em populações indígenas da Amazônia brasileira. Cadernos de Saúde Pública, 17(2), 385–396. https://doi.org/10.1590/s0102-311x2001000200013
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