Buscando compreender as (in)visibilidade dos corpos não heteronormativos na educação médica, a qual sistematicamente sustenta seus discursos institucionais baseados na coerência biológica, olhei para o meu corpo gay , de médico e de professor, para compreender essa cultura e seus desdobramentos. O objetivo deste trabalho é discutir os enfrentamos institucionais iniciais para a realização de uma pesquisa autoetnográfica sobre a homoafetividade na formação e prática médicas. Compreendemos, com esse trabalho, o silenciamento imposto à subjetividade, à existência e à participação enquanto pesquisador-sujeito na “Ciência”. Assim, em meio a um grito emudecido de um corpo negado, com “entendimentos errôneos” pela sua “extrema subjetividade”, este texto representa uma ousadia em falar e romper com o silêncio mortificante que a suposta hegemonia “científica” impõe.Buscando entender las (in)visibilidades de los cuerpos no heteronormativos en la educación médica que, sistemáticamente, sostiene sus discursos institucionales con base en la coherencia biológica, miré mi cuerpo gay, de médico y profesor, para comprender esa cultura y sus desdoblamientos. El objetivo de este trabajo es discutir los enfrentamientos iniciales para la realización de una investigación auto-etnográfica sobre la homo-afectividad en la formación y práctica médica. Comprendemos, con ese trabajo, el silencio impuesto a la subjetividad, a la existencia y a la participación como investigador-sujeto en la “Ciencia”. Por lo tanto, en el medio de un grito enmudecido de un cuerpo negado, con “entendimientos equivocados” por su “extremada subjetividad”, este texto representa una osadía para hablar y romper el silencio mortificado que la supuesta hegemonía “científica” impone.In the quest to understand the (in)visibility of non-heteronormative bodies in medical education, a process that systematically grounds its institutional discourse on the biological coherence, I looked at my gay body both as a doctor and professor to understand this culture and its consequences. The objective of the article is to discuss the initial institutional confrontations faced by an autoethnographic research regarding homoaffectivity in medical education and practice. This work is aimed towards understanding the silencing imposed on subjectivity, existence and participation as a subject-researcher in “Science”. Thus, amidst a muted cry of a denied body, “misunderstood” for its “extreme subjectivity,” this text represents the audacity in speaking and breaking with the mortifying silence imposed by the supposed “scientific” hegemony.
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Raimondi, G. A., Moreira, C., & Barros, N. F. de. (2019). O corpo negado pela sua “extrema subjetividade”: expressões da colonialidade do saber na ética em pesquisa. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, 23. https://doi.org/10.1590/interface.180434