A doença arterial periférica (DAP) é causada, na maioria dos casos, por aterosclerose, que leva ao desenvolvimento de estenoses e oclusões em artérias major da circulação dos membros inferiores. A sua manifestação mais frequente é a claudicação intermitente, que é caracterizada por desconforto mus-cular no membro inferior, produzido pelo exercício, e que alivia com o repouso. A claudicação tem um im-pacto negativo na qualidade de vida dos doentes, quer a nível profissional, quer interferindo com as suas ac-tividades sociais. 1 Uma vez que a sua causa mais frequente é a ateros-clerose, a correcção dos factores de risco, em fase pre-coce da doença, pode controlar a sua progressão. 2,3,4 Por outro lado, a DAP é um marcador de ateroscle-rose generalizada. Estes doentes têm um elevado risco de mortalidade cardiovascular, de aproximadamente 12 % ao ano, superior aos indivíduos da mesma idade e sexo. 5,6 Uma vez que o tratamento desta patologia pas-sa mais pela correcção e intervenção nos factores de ris-co para doença cardiovascular, do que pela intervenção específica a nível da isquemia local, o médico de famí-lia tem um papel importante na abordagem destes doentes. As Sociedades Americana e Europeia de Angiologia e Cirurgia Vascular associaram-se para elaborar um do-cumento de consenso (TASC II -Inter-Society Consen-sus for the Management of PAD) sobre a abordagem da DAP. Este documento foi criado em resultado da ne-cessidade de criar guidelines para este problema de saú-de pública, e ainda, com o objectivo de orientar os cui-dados de saúde primários na gestão destes doentes. To-das as recomendações são apoiadas em níveis defini-dos de evidência e está disponível, como documento aberto, no endereço www.tasc-2-pad.org.
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Ferreira, M. J., Barroso, P., & Duarte, N. (2010). Doença arterial periférica. Revista Portuguesa de Clínica Geral, 26(5), 502–509. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v26i5.10785
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