OBJETIVO: Trata-se de uma comparação, entre as técnicas Shouldice (S), um reparo em quatro camadas de sutura contínua e a de Falci-Lichtenstein (FL) que usa prótese de Polipropileno. MÉTODO: Foram operados 118 pacientes do sexo masculino, com um total de 124 hérnias, sendo que 58 pacientes foram submetidos a hernioplastia inguinal pela técnica de FL e 60 pacientes pela técnica de S. Em cada grupo foram reparadas 62 hérnias inguinais, com 85% dos pacientes acompanhados em quatro anos. A média de idade foi de 52 anos. Foram operadas 57 hérnias do tipo 3 A, 57 do tipo 3 B e 10 do tipo 4, segundo a classificação de Nyhus. Quanto ao lado houve uma predominância à direita com 65 hérnias (52,4%). A anestesia foi epidural em (89,8%) dos pacientes. RESULTADOS: O hematoma e o seroma foram as complicações mais comuns no pósoperatório, seguidos pela retenção urinária e estas complicações ocorreram mais freqüentemente na técnica de FL. Houve uma recidiva (0,8%) com a técnica de FL, em um paciente em que a tela soltou-se do ligamento inguinal. Em outro paciente apareceu uma hérnia femoral. Os pacientes operados pela técnica de S queixaramse mais de dor no pós-operatório imediato e retornaram mais tarde ao trabalho. O tempo de acompanhamento não foi o ideal, pois nos pacientes não controlados pode estar o maior índice de recidiva, quando se sabe que 40% das recidivas aparecem após cinco anos e 20% após 25 anos da operação primária. CONCLUSÕES: Os dois reparos apresentam taxas baixas de recidivas. A técnica de Shouldice é mais complexa, mas permite uma exploração segura do canal femoral, requer um conhecimento anatômico mais sólido da região e uma maior experiência com a cirurgia da hérnia inguinal. Seu custo é menor. O reparo Falci-Lichtenstein é eficaz, rápido, causa pouca dor, recuperação rápida e permite que os cirurgiões com menos experiência em cirurgia de hérnia inguinal possam realizá-la com sucesso.OBJECTIVE: We compared the Shouldice (S) technique, a repair in four layers of continuous suture and the Falci-Lichtenstein (FL) technique that uses polypropylene prothesis. METHOD: One hundred and eighteen male patients underwent surgery, on a total of 124 hernias. Fifty-eight of them underwent inguinal hernia surgery by the FL technique, and the other 60 patients by the S technique. In each group 62 inguinais hernias with 85% of the patients were followed for four years. The average age was 52 years old. Fifty-three type 3 A hernias, 57 type 3B and 10 type 4 hernias were operated, according to the Nyhus classification. Concerning the side, there was a predominance on the right with 65 ruptures (52.4%). The anesthesia was spinal in (89.8%) of the patients. RESULTS: The bruise and the seroma were the most common postoperative complications, occuring more frequently with the FL technique. In this one there was a recurrence (0,8%), because the bandage and the inguinal ligament broke up. In another patient, a femoral rupture turned up. The patients operated through the S technique complained more about pain on the immediate postoperative period and returned to work later. The observation time wasn't the ideal, because the largest index of recurrence can be in the non controlled patients, as it's known that 40% of the recurrence occur 5 years after the primary operation and 20% 25 years after. CONCLUSIONS: Both repairs presented low rates of recurrence. The Shouldice technique is more complex, as it allows a safe exploration of the femoral channel, requires a more solid anatomical knowledge of the region and a better experience with the surgery of the inguinal hernia and it's a low cost procedure. The Falci-Lichtenstein repair is effective,rapid, causes fewer pain, fast recovery and allows less experienced inguinal hernia surgeons to accomplish it successfully.
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Vianna, J. L. C. de M., Silva, A. L. da, Alves, A. S., Oliveira, C. A. de, & Vieira Júnior, Á. (2004). Comparação entre as técnicas de shouldice e falci-lichtenstein, no tratamento das hérnias inguinais em homens. Revista Do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, 31(2), 117–123. https://doi.org/10.1590/s0100-69912004000200009
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