Impacto do consumo de peixes contaminados por mercúrio na saúde humana em habitantes da Amazônia brasileira: revisão sistemática

Abstract

INTRODUÇÃO: A disponibilidade do mercúrio no meio ambiente pode levá-lo a sofrer reações químicas e transformar-se em metilmercúrio. Na Amazônia Brasileira, o consumo de pescados contaminados por mercúrio configura-se uma das principais fontes de exposição para a população e, por conseguinte, eventuais riscos à saúde. OBJETIVO: Este estudo tem por objetivo identificar os principais efeitos negativos para a saúde resultantes da exposição humana ao mercúrio, apontando os agentes responsáveis pela poluição por mercúrio e descrevendo os principais efeitos decorrentes do consumo de peixes contaminados por mercúrio. METODOLOGIA: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura científica, de acordo com os critérios PRISMA, baseada em artigos publicados entre 2012 e 2022, em língua portuguesa, inglesa e espanhola, disponíveis nas seguintes bases de dados: Pubmed, Scielo (Scientific Eletronic Library Online) e BVS. RESULTADOS: Os 13 artigos analisados possibilitaram verificar a dimensão da contaminação por mercúrio na Amazônia e seus prejuízos para a saúde do homem, dentre os quais destacam-se a bioacumulação de Hg, contaminação de peixes em áreas dominadas pelo garimpo de ouro e doenças causadas pela exposição direta e através do consumo de peixes contaminados. CONCLUSÃO: O alto consumo de pescado contaminado por mercúrio e exposição direta e prolongada a esse metal, por habitantes das imediações de áreas onde predomina a extração de minério e pelos próprios agentes envolvidos com o seu manuseio, resulta em elevadas concentrações de Hg no cabelo e no sangue, manifestações neurológicas e casos de anemia.