Vamos demonstrar que o tema da psicose é tratado por Freud, tanto clínica quanto teoricamente, com base em sua prática com as neuroses – tendo como pilar conceitual o mecanismo do recalque (Verdrängung). A segunda tópica do funcionamento mental e os desdobramentos da teoria do narcisismo permitem um passo adiante na concepção freudiana da psicose. A diferença estrutural determinante entre as psicoses e as neuroses de transferência é formalizada por Freud em 1924. O paradigma do recalque e suas modalidades de defesa são finalmente abandonados como modelo elucidativo dos fenômenos psicóticos. Seu mecanismo específico será redefinido como rejeição (Verwerfung). Lacan nomeia esse mecanismo como foraclusão do Nome-do-Pai, cuja falta explica a ausência do sujeito da enunciação. Na ausência deste mediador simbólico, a diferença sexual não se ordena sob a rubrica da lógica fálica e do complexo de castração
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Santos, T. C. dos, & Oliveira, F. L. G. de. (2012). Teoria e clínica psicanalítica da psicose em Freud e Lacan. Psicologia Em Estudo, 17(1), 73–82. https://doi.org/10.1590/s1413-73722012000100009
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