Entre os fatores antrópicos que atuam na alta vulnerabilidade para formação de ilhas de calor estão a relação com a densidade populacional e as mudanças no uso do solo. Neste estudo de caso destaca-se que a cidade do Recife possuí uma alta densidade populacional. O objetivo geral desta pesquisa é analisar as variações do índice de vegetação e a temperatura da superfície para identificar a influência dos mesmos na formação de ilhas de calor. Como materiais são utilizadas imagens multiespectrais temporais (Landsat 5-TM e Landsat 8-OLI) abrangendo os anos de 1989 a 2019. Os principais resultados encontrados são: (i) o ano de 2019 com temperaturas mais elevadas, chegando a regiões com 37°C; (ii) em 1989 os valores mais altos foram de 32°C; (iii) em termos de área, a cidade do Recife sofreu um crescimento de 34% para temperaturas acima de 33°C e obteve um decréscimo de 44% considerando temperaturas mais amenas; (iv) os valores da cobertura vegetal sofreram mudanças representativas como o crescimento de 15% no índice de solo exposto, e a redução de 18% do índice de vegetação média; (v) as correlações de Spearman indicam que existem uma forte relação inversamente proporcional entre os dois parâmetros avaliados (temperatura e índice de vegetação), com valores de -0,72 para 1989 e -0,59 para 2019. Por fim, foi possível detectar o processo de formação das ilhas de calor, bem como as ilhas de frescor, observando um aumento na temperatura superficial principalmente onde o processo de urbanização se intensificou no decorrer do tempo.
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Vila Nova, R. A., Gonçalves, R. M., & Lima, F. V. M. S. (2021). Análise Temporal de Ilhas de Calor Através da Temperatura de Superfície e do Índice de Vegetação em Recife-PE, Brasil. Revista Brasileira de Cartografia, 73(2), 598–614. https://doi.org/10.14393/rbcv73n2-54522
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