Começar pelo meio de um fazer: recompor o ensino de sociologia

  • Schweig G
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Resumo A partir do debate contemporâneo acerca da virada ontológica, busca-se discutir neste artigo possíveis implicações de seus pressupostos para conceber as práticas da docência da sociologia na escola básica. A educação e o ensino são pensados deslocando-se do questionamento epistemológico (como conhecer) para aquele da ontologia (como a realidade se produz), de modo a abrir um campo de atenção à materialidade das práticas de conhecimento. Explora-se essa perspectiva tendo como disparador o relato de uma situação de planejamento pedagógico oriundo de pesquisa de campo etnográfica realizada em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Ao se desdobrar as controvérsias contidas na narrativa, tensionam-se os limites do idioma representacional na concepção da docência da sociologia no ensino médio. Questiona-se, portanto, qual ensino seria possível ao assumirmos que não há um mundo – e uma sociologia – prontos previamente às práticas. Assim, ao explorar os caminhos indicados no próprio relato de campo, elabora-se a ideia de “começar pelo meio de um fazer” em uma proposição de inversão e transmutação dos elementos implicados na intervenção pedagógica na escola. Com isso, concebe-se a prática docente menos em termos normativos e finalísticos e mais a partir da ideia de abertura às recalcitrâncias e cultivo da atenção a processos e percursos.Abstract Considering contemporary debate on the ontological turn, this article seeks to discuss possible implications of its assumptions to understand Sociology teaching practices in school. Education and teaching are conceived by detaching from epistemological debate (how to know) and approaching to that of ontology (how reality is produced), as a way to open a field of attention to the materiality of knowledge practices. This perspective is explored having as a triggering the fieldnote of a pedagogical planning situation observed during an ethnographic research carried out in Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil. As the controversies contained in the narrative unfold, they show the limitations of representational language to describe Sociology teaching in high school. Therefore, one might wonder: what kind of teaching would be possible when we assume that there is no world - nor Sociology - ready before everyday practices? Thus, as the article explores the tracks indicated in the fieldnote itself, it leads to the idea of “starting from the middle of making” as a proposition of inversion and transmutation of the elements involved in pedagogical intervention in school. Hence, teaching practice is conceived less in normative and finalistic terms, but more in the idea of openness to recalcitrances and cultivation of attention to processes and paths.

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Schweig, G. R. (2021). Começar pelo meio de um fazer: recompor o ensino de sociologia. Educação e Pesquisa, 47. https://doi.org/10.1590/s1678-4634202147223740

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