ResumoO contexto empresarial das startups é uma temática pouco explorada na literatura académica. No entanto, as características destas organizações levantam questões sobre como são percecionados determinados conceitos teóricos, tais como a cultura organizacional. A cultura organizacional representa a base sobre a qual se constrói a estrutura das organizações, sendo determinante para definir as características do trabalho presentes num dado contexto. Com base no modelo teórico dos valores concorrentes, este artigo explorou as perceções de trabalhadores de startups relativamente ao tipo de cultura organizacional presente na sua empresa e como os diferentes tipos de cultura se relacionou com a perceção de autonomia e excesso de trabalho dos respondentes. Para tal, foi aplicado um questionário a uma amostra de 292 trabalhadores de startups. Os dados foram analisados recorrendo a modelos de regressão múltipla e ANOVAs para medidas repetidas e demonstraram que a cultura empreendedora é a mais saliente em contexto de startups, diferenciando-se significativamente dos restantes tipos de cultura presentes no modelo. Além disso, as culturas empreendedora e de equipa predizem positivamente a autonomia no trabalho, enquanto a cultura burocrática prediz negativamente a autonomia, mas não é preditora do excesso de trabalho. Os resultados apontam para a importância de promover equipas mais autónomas em startups, dando mais liberdade aos trabalhadores na tomada de decisão sobre as suas tarefas. Mais especificamente, os resultados apontam para a importância destas empresas desenvolverem e manterem um tipo de cultura que influencie positivamente a relação dos trabalhadores com o seu trabalho.
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Dala, M. A. dos S., Sobral, F., & Morais, C. (2022). Cultura organizacional e a perceção de autonomia e excesso de trabalho em contexto de startups. Psique, XVIII(2). https://doi.org/10.26619/2183-4806.xviii.2.3
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