O artigo, a partir da etnografia da vida de agricultores da etnia Sami, moradores da Lapônia finlandesa, discute a ideia de "tradição" e a forma como conhecimentos sobre o ambiente são produzidos. Escapando da dualidade tradição x modernidade, cuja oposição é construída, afirmam os autores, em termos incomensuráveis frente à experiência vivida das pessoas, o que se propõe é uma forma de falar sobre tradição que soe mais consonante com as sensibilidades locais. Desta perspectiva, um conhecimento que se pretenda tradicional, para os autores, não é aquele que é transmitido como parte de um “modelo cultural” recebido do passado para a interpretação da experiência presente (que eles chamam de "modelo genealógico"), mas sim extraído dos contextos interativos nos quais as pessoas tornam-se conscientemente atentas da sua particular habilidade de conhecer. Assim, os grupos locais não só aplicam seu conhecimento na prática, mas, antes e fundamentalmente, conhecem por meio da sua prática.
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