A universalização dos serviços de saneamento no Brasil torna-se um desafio para os administradores públicos, sobretudo em municípios de pequeno porte, devido à pouca disponibilidade de recursos financeiros. No município de Tomé-açu/PA, a maioria da população rural, em 2010, destinava seu esgoto sanitário de forma inadequada, como uso de fossas negras ou a céu aberto. Diante deste cenário, foi aplicado um questionário em uma comunidade rural deste município, visando caracterizar a situação do saneamento. Os resultados serviram de base para a viabilidade e implantação de um sistema fossa verde para tratar esgoto sanitário doméstico em duas residências. Os resultados demonstraram que os domicílios não possuem sistema de distribuição e tratamento de água. Toda água utilizada pelos moradores é proveniente de poços ou nascentes. Não existe coleta pública ou particular dos resíduos sólidos gerados, a alternativa utilizada é a queima. As condições de lançamento de efluentes são precárias, pois não possuem sistema de captação e tratamento de efluentes. O esgoto doméstico gerado nas pias e lavanderias é disposto a céu aberto. A fossa negra ainda é utilizada pela grande maioria dos munícipes. Tais condições, aliadas à ausência de ações de educação ambiental na comunidade, afetam a saúde principalmente das crianças. A implementação da fossa verde trouxe uma nova perspectiva para as famílias beneficiadas, pois é um sistema de baixo custo, fácil operação e manutenção e pode substituir o uso de fossas rudimentares. As análises das frutas oriundas das fossas estão dentro dos padrões estabelecidos pela legislação.
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Cunha da Silva, S., & Sarpedonti, V. (2021). Sistema de saneameno doméstico: eficácia do uso de fossa verde para o tratamento unifamiliar de esgoto. Revista Brasileira Multidisciplinar, 24(3), 100–113. https://doi.org/10.25061/2527-2675/rebram/2021.v24i3.1219
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