Este artigo investiga as flexões se- mânticas do significado hegemoni- camente atribuído ao termo “partici- pação” no contexto organizacional e trabalhista do Brasil dos últimos trin- ta anos, a partir de suas expressões na imprensa, particularmente a de negócios e a voltada para temas tra- balhistas, e também, com menor grau de cobertura, em boletins sin- dicais e material de consultoria em- presarial. O texto procura evidenciar a existência de um intenso processo de luta simbólica pela definição do conceito que reflete, ainda que de maneira não biunívoca, as diversas fases e vicissitudes por que passou o movimento operário e os embates internos ao espaço empresarial bra- sileiro no período, constituindo-se em uma excelente porta de entrada para uma análise do chamado “cam- po do poder” na sociedade brasilei- ra. Este artigo historia o processo, tentando periodizar as fases da luta simbólica e extrair um mapa das mudanças de sentido observadas em relação ao conceito de “partici- pação”, insistindo sempre na dinâ- mica social que explica as transfor- mações e a polissemia.
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Donadone, J. C., & Grün, R. (2001). Participar é preciso!: Mas de que maneira? Revista Brasileira de Ciências Sociais, 16(47), 111–126. https://doi.org/10.1590/s0102-69092001000300007
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