Este artigo apresenta um estudo de correlação entre a densidade lexical e a progressão escolar em textos escritos por crianças e adolescentes em idade escolar monolíngues de português europeu. Enquanto um indicador do desenvolvimento lexical, a densidade mensura-se pela razão entre as palavras lexicais e o total de palavras, como proposta por Ure (1971). Complementam-na a obtenção de razões baseadas em classes de palavras específicas, que são a densidade nominal, verbal, adjetival e adverbial. Com o recurso à ferramenta IMS Open Corpus Workbench, estas medidas foram extraídas de um corpus quasi-longitudinal, com 244 textos de registros narrativos (n=122) e argumentativos (n=122), escritos por alunos do quinto (n=26), do sétimo (n=46) e do décimo (n=50) ano do sistema escolar português. Os resultados mostram que, em ambos os registros, não há correlação entre a progressão escolar e a densidade lexical se considerada indistintamente. Tomadas as medidas por classes de palavras, identificou-se, por um lado, uma correlação positiva entre a densidade nominal e a progressão escolar e, por outro, uma correlação negativa entre a densidade verbal e a progressão escolar. Pretende-se, com este trabalho, contribuir para uma compreensão mais pormenorizada dos percursos configuradores do desenvolvimento da língua escrita de crianças e jovens em idade escolar.
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Martins, M. (2017). Densidade lexical na escrita de textos escolares. Signum: Estudos Da Linguagem, 20(1), 218. https://doi.org/10.5433/2237-4876.2017v20n1p218
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