Interpretações históricas do percurso científico inicial de Skinner destacam as inovações teóricas, em- píricas e instrumentais de seu esboço de uma ciência do comportamento. Apesar desse empenho histo- riográfico, um aspecto tem sido tratado de modo secundário na análise dessa fase da carreira de Skinner, a saber, os impactos dos contextos institucionais da universidade de Harvard nos rumos de sua trajetória e ciência. O objetivo deste artigo é investigar esse aspecto por meio da apreciação das práticas institu- cionalizadas dos Departamentos de Psicologia e de Fisiologia Geral daquela universidade, e suas rela- ções com a emergência da proposta científica de Skinner e suas peculiaridades teóricas e metodológicas. De acordo com nossa interpretação, singularidades dos primórdios da ciência skinneriana são compre- endidas de modo mais amplo quando identificadas as condições institucionais que permitiram a Skinner se distanciar do mainstream da psicologia experimental estadunidense. Por fim, sugerimos que embora este estudo refira-se à história de um eminente cientista, em um momento e cenário histórico específi- cos, ele serve para ilustrar o papel de controles sociais, inerentes à prática científica, nos rumos da car- reira de cientistas e suas produções intelectuais.
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Cruz, R. N. da. (2014). Desconhecimento e liberdade no caminho de uma nova ciência do comportamento. Scientiae Studia, 12(3), 465–490. https://doi.org/10.1590/s1678-31662014000300004
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