Neste artigo são discutidos aspectos da regulação do corpo da mulher entre o final do século XIX e meados do XX, a partir da análise de uma seleção de números do almanaque de farmácia intitulado d'A Saude da Mulher. A publicação era uma das mais lidas pelas senhoras e veiculava o medicamento mais popular da indústria nacional voltado para sua saúde. Apresentava anúncios de medicamentos, horóscopos, ilustrações, cartas de leitoras, entre outras variedades. Envoltos de discursos morais, atuaram como dispositivo pedagógico, ensinando, inspirando e regulando comportamentos e modelando subjetividades, principalmente as das mulheres, que deveriam ser dóceis, boas mães, esposas e cuidadoras do lar. Este artigo argumenta como os almanaques atuaram como instrumentos de regulação, educando e medicalizando o corpo feminino, disseminando ideais de feminilidade e virilidade, família, saúde, higiene e progresso nacional.
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Santos, B. O., & Germano, I. M. P. (2020). Regulação do corpo feminino no almanaque de farmácia d’A Saude da Mulher. Revista Estudos Feministas, 28(1), 1–14. https://doi.org/10.1590/1806-9584-2020v28n157854
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