A centralidade é tida como um processo que exprime a essência básica do fenômeno urbano, do qual não pode ser dissociado, reunindo em simultaneidade todas as possibilidades de interação social, além de ser um elemento que possui grande potencial estruturador do espaço. Entretanto, suas manifestações espaciais contemporâneas indicam a alteração da tradicional hierarquia de um centro único polarizador para a consolidação de tendências policêntricas, manifestadas em redes hierárquicas e complementares de centros e subcentros que avançam em escala metropolitana. Em meio a esse contexto, a maneira como alguns dos novos espaços dotados de centralidade se expressam sob o domínio e a lógica capitalistas, buscando conformar áreas homogeneizadas e, ao mesmo tempo, fragmentando o espaço urbano, nega a centralidade a grandes setores da população e tende a aprofundar a desigualdade socioespacial. Por esse motivo, indica-se como imperativa uma ressignificação do tema, uma vez que a luta pelo direito à cidade passa a se associar ao direito à centralidade, inequívoca e completa, que poderá, pelo confronto e não pela separação entre as diferenças, levar a uma cidade possível de ser apropriada por todos.
CITATION STYLE
Gaspari, G. D., & Silva, M. N. da. (2018). Centralidade e a cidade contemporânea: Reflexões Para Pensar O direito à cidade na produção da metrópole. Revista Percursos, 19(40), 68–85. https://doi.org/10.5965/1984724619402018068
Mendeley helps you to discover research relevant for your work.