Traduzido, com permissão por escrito, do original: Marqueta PM, Tarrero LT. Epidemiología de las lesiones en el baloncesto. Arch Med Deporte 1998; 68:479-83. ARTIGO DE REVISÃO INTRODUÇÃO O basquete é um esporte coletivo no qual apesar de ser de-finido como um esporte de pouco contato, ocorre um contato constante entre os atletas, inclusive entre companheiros da mesma equipe. Trata-se de uma modalidade desportiva na qual – como se sabe – acontecem situações muito variadas: repeti-ção de gestos, acelerações e desacelerações bruscas, desloca-mentos laterais, saltos, etc. Além disso, as características an-tropométricas do jogador de basquete são muito peculiares, com o predomínio de grandes estaturas e pesos elevados. Por estas razões, o basquete é um esporte no qual ocorre uma gran-de variedade de lesões, tanto agudas como as provocadas pela repetição dos gestos motores, ou seja, lesões por sobrecarga. Em algumas ocasiões há um mecanismo múltiplo para as le-sões. Para reduzir o número de lesões que ocorrem no basquete, é muito importante conhecer com detalhes tanto o tipo quanto a incidência de tais lesões. O conhecimento da epidemiologia das lesões no basquete, assim como em outros esportes, apresenta grandes dificulda-des. Aspectos como os critérios de catalogação do conceito de lesão, a descrição da incidência destas, a inclusão das lesões nos protocolos de estudo e até a sua própria denominação são muito variados conforme os autores estudados. É ainda difícil poder registrar todos os casos de lesões que ocorrem. E por último, a diversidade dos grupos de desportistas estudados: profissionais da N.B.A., profissionais europeus, basquete fe-minino, basquete juvenil, etc. Por todas estas razões, as informações disponíveis são in-completas, contudo servirão para realizar uma aproximação à realidade epidemiológica das lesões no basquete. Neste artigo trataremos da epidemiologia do basquete pro-fissional e discutiremos também dados relativos ao basquete feminino e ao basquete juvenil. LESÕES NO BASQUETE PROFISSIONAL O basquete profissional dos Estados Unidos da América (N.B.A.) é um modelo que é tomado como exemplo para o basquete que se pratica no resto do mundo. Sem dúvida, antes de fazer comparações, é necessário realizar alguns esclareci-mentos. Os jogos da N.B.A. duram 48 minutos, o tempo de posse de bola é de 24 segundos e o tipo de tática defensiva predominante é a marcação homem-a-homem, ou seja, um jogador é seguido continuamente pelo seu marcador. No bas-quete da Federação Internacional de Basquete (F.I.B.A.), que é o realizado no resto do mundo, as partidas duram 40 minu-tos, o tempo de posse de bola é de 30 segundos e existem vários tipos de defesa que não obrigam a um marcador acom-panhar diretamente um dos seus adversários. Na N.B.A. são disputadas uma média de 80 jogos por temporada, quase o dobro da liga A.C.B. (liga profissional espanhola de basque-te). Isto significa que na N.B.A. o tipo de jogo é consideravel-mente mais rápido e a defesa homem-a-homem implica um maior esforço físico e uma maior possibilidade de contato. Portanto, os resultados dos estudos realizados nesses tipos de basquete não são totalmente superponíveis, embora sejam semelhantes e, de alguma forma, comparáveis. A maior parte das lesões na N.B.A. ocorre nos jogos com uma incidência quase duas vezes maior do que as lesões que ocorrem durante os treinos 1 . Pelo contrário, na A.C.B. esta relação se inverte. As lesões que acontecem nos jogos são um terço do total 2 . Foi relatado por vários autores que a maior parte das lesões ocorre nos membros inferiores. Os resultados da liga espa-nhola, que podem ser vistos na tabela 1, indicam que as lesões dos membros inferiores perfazem um total de 46,13% das le-sões comunicadas, que acabam por chegar acima de 60% quan-do se consideram as lesões musculares e as lesões ósseas por
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Marqueta, P. M., & Tarrero, L. T. (1999). Epidemiologia das lesões no basquete. Revista Brasileira de Medicina Do Esporte, 5(2), 73–76. https://doi.org/10.1590/s1517-86921999000200007
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