Panorama da situação das mulheres no mercado de trabalho brasileiro. Com base em estatísticas oficiais, como as do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, do Ministério do Trabalho e Emprego e do Ministério da Educação, o texto destaca algumas das principais tendências da inserção laboral das brasileiras, que é marcada por progressos e atrasos. De um lado, a intensidade e a constância do aumento da participação feminina no mercado de trabalho, que tem ocorrido desde a metade dos anos 1970, de outro, o elevado desemprego das mulheres e a má qualidade do emprego feminino; de um lado, o acesso a carreiras e profissões de prestígio e a cargos de gerência e mesmo diretoria, por parte de mulheres escolarizadas, de outro, o predomínio do trabalho feminino em atividades precárias e informais. O perfil atual das trabalhadoras: mais velhas, casadas e mães revela uma nova identidade feminina, voltada tanto para o trabalho como para a família. A permanência da responsabilidade feminina pelos afazeres domésticos e cuidados com os filhos e outros familiares - indica a continuidade de modelos familiares tradicionais, que sobrecarregam as novas trabalhadoras, sobretudo as que são mães de filhos pequenos.Based on official statistics of institutions such as the Brazilian Institute of Geography and Statistics, the Ministry of Labor and Employment, and the Ministry of Education, the paper highlights some of the main trends in the participation of Brazilian women in the labor market, which has been marked by progress and challenges.On the one hand, the massive and steady increase of female participation in the labor market, since the mid-seventies, and on the other hand, the prevalence of high unemployment rates among women and the lower quality of female jobs; on the one hand, the access to prestige careers and jobs, and to management and board positions, and on the other hand, the prevlence of female presence in precarious and informal activities. The profile of female workers: older, married, with children displays a new female identity, both work- and family-oriented. The perpetuation of the notion of female responsibility for household chores as well as for child and family care indicates the persistence of traditional family models, which constitute a burden to female workers, especially to mothers of small children.
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Bruschini, M. C. A. (2007). Trabalho e gênero no Brasil nos últimos dez anos. Cadernos de Pesquisa, 37(132), 537–572. https://doi.org/10.1590/s0100-15742007000300003
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