Este ensaio examina a ubíqua presença de Vênus no arquivo da escravidão atlântica e luta com a impossibilidade de descobrir qualquer coisa sobre ela que já não tenha sido afirmada. Como figura emblemática da mulher escravizada no mundo atlântico, Vênus evidencia a convergência do terror e do prazer na economia libidinal da escravidão, assim como a intimidade da História com o escândalo e o excesso de literatura. Ao escrever no limite do indizível e do desconhecido, o ensaio mimetiza a violência do arquivo e tenta repará-la ao descrever tão plenamente quanto possível as condições que determinam a aparição de Vênus e que ditam seu silêncio.
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Hartman, S. (2020). Vênus em dois atos. Revista ECO-Pós, 23(3), 12–33. https://doi.org/10.29146/eco-pos.v23i3.27640
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