Esse estudo tem como objetivo interpretar os significados da morte e do morrer para uma Equipe de Cuidados Paliativos Oncológicos Domiciliar atribuídos pelos profissionais, por meio da análise etnográfica. Utilizou-se o referencial teórico-metodológico da antropologia interpretativa e do estudo de caso etnográfico. Os informantes foram oito profissionais membros de uma equipe interdisciplinar de Cuidados Paliativos, vinculada a um serviço público de Internação Domiciliar, de uma cidade do Sul do Brasil. Os dados foram coletados de junho a dezembro de 2008, por meio de entrevistas semiestruturadas e observações dos participantes. Ao interpretar os discursos dos profissionais compreendemos que os cuidados paliativos domiciliar possibilitam o reconhecimento da morte, no qual pode haver espaço para expressão de sentimentos de pacientes, familiares e profissionais. Esse contexto é um desafio que impõe uma reformulação contínua das crenças e símbolos sobre a morte, como não fugir do tema, o não ter medo da morte do outro, não ter medo dos seus próprios momentos de luta, de ruptura e de crise. No processo de viver a morte do outro, os profissionais fazem descobertas, sofrem, têm perdas, adquirem autoconhecimento, mas mantêm a possibilidade da reconciliação da vida com a morte
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Rodrigues, I. G., & Zago, M. M. F. (2012). A morte e o morrer: maior desafio de uma equipe de cuidados paliativos. Ciência, Cuidado e Saúde, 11(5). https://doi.org/10.4025/cienccuidsaude.v11i5.17050
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