OBJETIVOS: A cleptomania, um transtorno incapacitante do controle dos impulsos, caracteriza-se pelo furto repetitivo e incontrolável de itens que são de pequena utilidade para a pessoa acometida por esse transtorno. Apesar de seu histórico relativamente longo, a cleptomania continua sendo pouco entendida pelo público geral, pelos clínicos e pelos que dela sofrem. MÉTODO: Este artigo revisa a literatura sobre o que se sabe a respeito das características clínicas, histórico familiar, neurobiologia e opções de tratamento para indivíduos com cleptomania. RESULTADOS: A cleptomania geralmente tem seu início no final da adolescência ou no início da vida adulta, e parece ser mais comum em mulheres. A comorbidade psiquiátrica ao longo da vida com outros transtornos de controle de impulsos (20-46%), de uso de substâncias (23-50%) e de humor (45-100%) é freqüente. Indivíduos com cleptomania sofrem de prejuízo significativo em sua capacidade de funcionamento social e ocupacional. A cleptomania pode responder ao tratamento com terapia cognitivo-comportamental e com várias farmacoterapias (lítio, antiepilépticos e antagonistas de opióides). CONCLUSÕES: A cleptomania é um transtorno incapacitante que resulta em uma vergonha intensa, bem como problemas legais, sociais, familiares e ocupacionais. São necessários estudos de tratamento em ampla escala.OBJECTIVES: Kleptomania, a disabling impulse control disorder, is characterized by the repetitive and uncontrollable theft of items that are of little use to the afflicted person. Despite its relatively long history, kleptomania remains poorly understood to the general public, clinicians, and sufferers. METHOD: This article reviews the literature for what is known about the clinical characteristics, family history, neurobiology, and treatment options for individuals with kleptomania. RESULTS: Kleptomania generally has its onset in late adolescence or early adulthood and appears to be more common among women. Lifetime psychiatric comorbidity is frequent, mainly with other impulse control (20-46%), substance use (23-50%) and mood disorders (45-100%). Individuals with kleptomania suffer significant impairment in their ability to function socially and occupationally. Kleptomania may respond to cognitive behavioral therapy and various pharmacotherapies (lithium, anti-epileptics, and opioid antagonists). CONCLUSIONS: Kleptomania is a disabling disorder that results in intense shame, as well as legal, social, family, and occupational problems. Large scale treatment studies are needed.
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Grant, J. E., & Odlaug, B. L. (2007). Cleptomania: características clínicas e tratamento. Revista Brasileira de Psiquiatria, 30(suppl 1), S11–S15. https://doi.org/10.1590/s1516-44462006005000054
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