Este artigo discute o uso de animais comercializados com finalidade medicinal e mágico-ritual na cidade de Feira de Santana, estado da Bahia, nordeste do Brasil. Os dados foram obtidos em outubro e novembro de 2003 por meio de entrevistas livres e semi-estruturadas realizadas com cinco homens e quatro mulheres, cujas idades variaram de 17 a 54 anos. Estes eram lojistas e vendedores ambulantes. Parte das entrevistas foi registrada em fitas micro-cassetes e tanto as transcrições quanto as fitas estão mantidas no Laboratório de Etnobiologia da Universidade Estadual de Feira de Santana. Foram registrados 16 tipos de animais comercializados para diversos fins medicinais e mágico-rituais. Os entrevistados forneceram dados sobre: os modos de preparo e de administração dos produtos; como eles são obtidos; valores de compra e venda; parcela da população que adquire esses produtos; e como eles mesmos adquiriram conhecimentos a respeito da prática zooterapêutica. O comércio de produtos animais em estabelecimentos comerciais, em feiras livres ou em barracas ambulantes nas ruas da cidade resulta em uma prática que impõe riscos aos comerciantes, visto que é ilegal negociar com produtos de origem animal extraídos da natureza. No entanto, tais produtos são importantes tanto para os indivíduos que os vendem quanto para aqueles que os compram. Deve-se buscar, pois, um uso de recursos animais que seja mais ecológica e eticamente sustentável.
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Andrade, J. N., & Costa Neto, E. M. (2006). O comércio de produtos zooterápicos na cidade de Feira de Santana, Bahia, Brasil. SITIENTIBUS Série Ciências Biológicas, 6, 37–43. https://doi.org/10.13102/scb8146
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