TopofiliaA presente reflexão tem origem na minha experiência como assistente da disciplina de projecto de Anne Lacaton e Jean-Philippe Vassal, professores convidados na École Polytechnique et Fédérale de Lausanne no ano de 2010/2011. No livro La poétique de l'espace, o filósofo francês Gaston Bachelard fala da problemática da imagem como un produit direct du coeur, de l'âme, de l'être et de l'homme. Bachelard evoca a imagem poética como aquela que se enraíza em nós e desencadeia a reflexão. Partilhando este conceito bachelardiano, o exercício de projecto apresentado aos alunos tratou a imagem como catalisador e motor de aprendizagem. Intencionalmente sem fornecer um programa, um lugar ou um contexto de intervenção, a proposta desafiou o aluno a produzir um projecto de arquitectura à semelhança de uma construção cinematográfica. Através de processos de adição, corte e colagem, transformação e deformação, o aluno analisou dispositivos espaciais e com eles construiu uma narrativa. Para além de se ter apresentado como uma abordagem alternativa ao exercício de projecto "convencional", este trabalho permitiu abandonar um estabelecido savoir-faire para gerar diferentes formas de aprendizagem e concepção da arquitectura a partir do seu interior. Ilustra-se aqui uma possibilidade de “ensinar pelo projecto” através de processos de inversão que permitem oferecer ao aluno outros mecanismos de investigação espacial. Topophilie – a pedagogical experimentEnglish abstractThis paper has its origins in my experience as a teaching assistant for Anne Lacaton and Jean-Philippe Vassal's Design Studio. Lacaton and Vassal were visiting professors at École Polytechnique et Fédérale de Lausanne in 2010-2011. In his book La Poétique de l’Espace, the French philosopher Gaston Bachelard speaks of the image as un produit direct du coeur, de l’âme et de l’homme, a product of the heart, of love, and of Man. The author evokes the poetic image as one that is rooted in us and triggers our imagination. With this idea of the poetic image in mind, the design studio proposed an exercise to the students using image as catalyst and as a motor for learning. Intentionally without providing a programme, a site, or a context to intervene, the exercise challenged the student to produce an architectural design like a cinematic construction. Through processes of addition, cutting and pasting, transformation and deformation, students analysed spacial configurations and were invited to build a narrative. Besides being an alternative approach to the “standard” Design Studio exercise, this work allowed the student to put away an established savoir-faire in order to generate different forms of conceiving architecture within its interior space. Through systematic processes of inversion, the exercise provoked new mechanisms of conceiving architectural space, and offered a different possibility of “learning through design”.
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Borges, T. (2013). Topofilia. Joelho Revista de Cultura Arquitectonica, (4). https://doi.org/10.14195/1647-8681_4_21
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