A sobrevivência em oncologia: uma vivência paradoxal

  • Araujo T
  • Arraes A
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Abstract

A partir de um levantamento da literatura especializada, os autores propõem uma revisão crítica da problemática da sobrevivência de pacientes neoplásicos, destacando o caráter paradoxal das vivências dos sujeitos implicados, fornecendo, desta maneira, subsídios para a atuação do psicólogo em serviços de Oncologia. Apesar da intensa e acelerada transferência das conquistas da biotecnologia para a Medicina, ainda são inúmeras as dificuldades pelas quais continuam a passar os portadores de neoplasia no Brasil. Tanto que, de acordo com dados publicados em 1986 pela Divisão Nacional de Doenças Crônico-Degenerativas do Ministério da Saúde, as neoplasias representariam a causa de 56,1 óbitos em 100.000 habitantes, constituindo a segunda causa mais frequente de morta-lidade nas regiões Sul e Sudeste. Segundo estimativas feitas pelo Instituto Nacional de Câncer, em 1995, teriam sido diagnosticados cerca de 343.400 novos casos de câncer, sendo que dentre estes poderíamos prever 91.800 óbitos (Borba, 1997). Ou seja, um programa de pre-venção incipiente é freqüentemente sequenciado por escassos recursos públicos destinados aos centros especializados, por vezes inviabilizando intervenções diagnosticas e terapêuticas precoces, corretas e eficazes. Portanto, muitas são as ações de saúde ainda necessárias no âmbito da prevenção e do tratamento. No entanto, nossa atenção também deve se voltar para aqueles que sobreviveram à experiência oncológica. Numericamente, eles vêm se tornando mais expressivos. Estima-se que, no ano 2000, um em cada mil jovens adultos, entre 20 e 29 anos de idade, será um sobrevivente de câncer na infância (Varni, Katz, Colegrove & Dolgin, 1994), o que representaria cerca de 210.000 indi-víduos apenas nos Estados Unidos (Lozowski, 1993). No Brasil, desconhecemos indicadores estatísticos semelhantes, mas é possível observar tendências igualmente positivas e encorajadoras, em contraposição à persistência dos problemas anteriormente mencionados.

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Araujo, T. C. C. F. de, & Arraes, A. da R. (1998). A sobrevivência em oncologia: uma vivência paradoxal. Psicologia: Ciência e Profissão, 18(2), 2–9. https://doi.org/10.1590/s1414-98931998000200002

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