Migração makonde, produção de esculturas e mercado de arte no Tanganyika: a questão do estilo Shetani (1950-60)

  • Laranjeira L
N/ACitations
Citations of this article
4Readers
Mendeley users who have this article in their library.

Abstract

RESUMO O presente artigo incide sobre parte da minha pesquisa de doutorado que teve como foco a produção de arte makonde em diálogo com a história política de Moçambique entre 1950 e 1974. A investigação de caráter interdisciplinar envolveu fontes de naturezas diversas, como a documentação produzida no período colonial, assim como uma bibliografia acessada em diferentes acervos de Lisboa e na Biblioteca do Museu Etnológico de Berlim, além de relatos orais coletados em Moçambique entre 2012 e 2014. Essas fontes orais foram produzidas, especialmente, em entrevistas e conversas com escultores, os quais denominam suas respectivas peças como arte makonde. O presente texto discute o contexto de produção de um estilo de escultura específico conhecido como shetani, que foi criado no território vizinho do Tanganyika (atual Tanzânia), no final da década de 1950, por Samaki Likonkoa, artista makonde de Moçambique. Analiso aqui a referida produção no âmbito da vivência migratória internacional dos makonde de Moçambique para o Tanganyika, motivada pela busca por melhores condições de trabalho e de vida. O caso da produção desse tipo de escultura ilustra, aqui, a circulação de pessoas, objetos e conhecimento entre o sul e o norte do rio Rovuma no contexto colonial português das décadas de 1950 e 1960.ABSTRACT This article focuses on part of my PhD research that focused on makonde art production in dialogue with the political history of Mozambique between 1950 and 1974. The research of a interdisciplinary nature involved diverse sources such as the documentation produced in the colonial period as well as a bibliography accessed in different collections of Lisbon and in the Library of the Ethnological Museum of Berlin, besides oral reports collected in Mozambique between 2012 and 2014. These oral sources were produced, especially, in interviews and conversations with sculptors, who call their respective pieces as makonde art. This paper discusses the context of production of a specific sculpture style known as shetani, which was created in the neighboring Tanganyika (now Tanzania), in the late 1950s, by Samaki Likonkoa, artist makonde of Mozambique. I analyze this production in the context of the international migratory experience of the makonde from Mozambique to Tanganyika, motivated by the search for better conditions of work and life. The case of the production of this type of sculpture illustrates here the circulation of people, objects and knowledge between the south and the north of the Rovuma river in the Portuguese colonial context of the 1950s and 1960s.

Cite

CITATION STYLE

APA

Laranjeira, L. D. (2017). Migração makonde, produção de esculturas e mercado de arte no Tanganyika: a questão do estilo Shetani (1950-60). Anais Do Museu Paulista: História e Cultura Material, 25(2), 141–162. https://doi.org/10.1590/1982-02672017v25n02d06

Register to see more suggestions

Mendeley helps you to discover research relevant for your work.

Already have an account?

Save time finding and organizing research with Mendeley

Sign up for free