Introdução: A depressão representa um grave problema de saúde pública, modificando significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Sem um mecanismo biológico completamente estabelecido que desencadeie seus sintomas característicos, envolve diversos fatores etiológicos, como a modificação da microbiota intestinal, a qual participa da comunicação bidirecional do eixo intestino-cérebro. Devido à disbiose, alterações na comunicação desse eixo podem ter uma correlação direta com patologias mentais, como a depressão. Objetivos: Realizou-se uma revisão bibliográfica para revisitar os principais mecanismos que correlacionam a microbiota intestinal com a patogênese da depressão e a relação da sua modulação como uma opção terapêutica para essa patologia. Metodologia: A pesquisa incluiu dados de 35 artigos científicos publicados entre 2002 e 2018 nas bases de dados do Pubmed e Scielo, acerca do tema proposto. Resultados: A microbiota intestinal é importante para a função do SNC, devido à comunicação bidirecional intestino-cérebro, permitindo que este influencie nas funções gastrintestinais e imunológicas. Como a microbiota regula o epitélio intestinal, fatores emocionais podem interferir na composição da mesma e na integridade dos enterócitos. A disbiose interfere na produção de citocinas e altera a permeabilidade intestinal - quando acentuada, produtos bacterianos desencadeiam um quadro inflamatório, evidenciado em pacientes com depressão. Estes também podem apresentar diferenças na composição da microbiota e seu tratamento com probióticos específicos podem reduzir sintomas depressivos. Conclusão: Apesar dos escassos estudos em humanos, há intensa inter-relação entre microbiota, eixo intestino-cérebro e patologias mentais. Portanto, a modulação da microbiota cria uma nova perspectiva acerca da fisiopatogenia, prevenção e tratamento da depressão.
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Marese, A. C. M., Ficagna, E. J., Parizotto, R. A., & Linartevichi, V. F. (2019). PRINCIPAIS MECANISMOS QUE CORRELACIONAM A MICROBIOTA INTESTINAL COM A PATOGÊNESE DA DEPRESSÃO. FAG JOURNAL OF HEALTH (FJH), 1(3), 232–239. https://doi.org/10.35984/fjh.v1i2.40
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