A partir de uma perspectiva sociocultural, o papel da linguagem no processo de ensino e aprendizagem em Química ultrapassa a característica de um simples veículo para a transferência de informações, como por exemplo, nomes de substâncias, vidrarias de laboratório e fórmulas. Neste contexto, o papel da linguagem no processo de ensino e aprendizagem baseado nos estudos de Vigostski ressalta a importância da natureza social e cultural das atividades mentais. E, a inserção das ideias de Tomasello enriquece a discussão dos processos culturais no desenvolvimento da aquisição da linguagem. Para essa discussão, em forma de ensaio teórico, a partir de leituras contemporâneas desses autores, são estabelecidas algumas aproximações entre suas ideias. A apresentação dessas semelhanças permite clarear o entendimento dos professores acerca do novo papel da linguagem, além de enfatizar implicações importantes relacionadas ao processo de ensino e aprendizagem em Química, tais como: i) os estudantes precisam participar de sua própria aquisição da linguagem científica; ii) essa aquisição pode ser mais efetiva pela problematização, e não pela memorização e, iii) os professores devem reconhecer como os estudantes estão percebendo essa linguagem, e não, simplesmente, considerá-la como já adquirida. No entanto, esse debate sobre o novo papel da linguagem deve seguir adiante pelos pesquisadores da área, visto que, além das dificuldades apontadas neste ensaio, há de se considerar que, o processo de nominalização e a metáfora gramatical, por exemplo, são fontes importantes de dificuldades para a aquisição da linguagem científica.
CITATION STYLE
Silva, F. C. (2020). Linguagem e o processo de ensino e aprendizagem em Química: leituras contemporâneas de Vigotski apoiadas por Tomasello. Revista Eletrônica de Educação, 14, e2765056. https://doi.org/10.14244/198271992765
Mendeley helps you to discover research relevant for your work.