Foi analisada a série histórica de dados referentes à frota de arrasteiros de camarão-rosa do Estado de São Paulo para o período de 1968 a 1989, obtidos pelo Instituto de Pesca/SP. Este período foi separado em quatro qüinqüênios (1968-1972; 1973-1977; 1978-1983; 1984-1989) que identificam as diversas fases que caracterizaram a evolução da pescaria com base nos trabalhos de avaliação pesqueira. Uma clara mudança no padrão da pescaria foi observada ao longo dos qüinqüênios analisados. No primeiro período, a elevada CPUE das espécies-alvo sustentava bons rendimentos para a pescaria. Durante esse período, a pesca se distribuiu homogeneamente ao longo da costa do SE/S do Brasil, apresentando esforço de pesca bem distribuído latitudinalmente e concentrado nas profundidades de maior abundância do camarão-rosa (40-80 m). A partir do segundo qüinqüênio, as capturas começam a se concentrar na região central, ainda na faixa de profundidade preferencial do camarão-rosa. Nessa fase da pescaria, é notável a diminuição da abundância relativa ao longo de toda área, reflexo do aumento do esforço de pesca aplicado sobre o estoque, embora os desembarques ainda tenham mantido um nível considerado alto. O terceiro e quarto períodos são caracterizados pela queda na CPUE do estoque. A partir do terceiro qüinqüênio, a frota de arrasteiros passou a buscar novos recursos demersais, ampliando a sua área de atuação para profundidades que não mais refletem a distribuição do camarão-rosa. Como conseqüência dessa mudança no padrão de pesca, outras espécies passaram a ganhar importância nos desembarques, com o esforço migrando para profundidades maiores.
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VALENTINI, H., D’INCAO, F., RODRIGUES, L. F., & DUMONT, L. F. (2012). EVOLUÇÃO DA PESCARIA INDUSTRIAL DE CAMARÃO-ROSA (Farfantepenaeus brasiliensis e F. paulensis) NA COSTA SUDESTE E SUL DO BRASIL – 1968-1989. Atlântica, 34(2), 157–171. https://doi.org/10.5088/atl.2012.34.2.157
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