Este artigo se propõe a problematizar a existência de um campo específico de terapia ocupacional em práticas hospitalares e sua relação com a produção de saberes e práticas relativas ao cuidado em saúde. A partir da discussão do conceito de campo em Bourdieu e segundo Campos, Chakour e Santos, o texto busca discutir a produção da saúde como campo dinâmico, interdisciplinar e estruturado, constituído pelas relações entre diferentes instituições, núcleos profissionais, grupos internos e agentes sociais que o compõem. As reflexões apontam na direção de pensarmos o lugar do hospital e suas práticas de dentro do campo da produção do cuidado em saúde, no qual a terapia ocupacional é um dos núcleos profissionais. Assim, as práticas privativas e compartilhadas dos vários núcleos profissionais no hospital, não devem ser pensadas fora do contexto mais amplo do campo, se se quer construir a integralidade do cuidado a partir da perspectiva do hospital como uma 'estação do cuidado'. Apresentando a proposta de gestão hospitalar segundo linhas do cuidado, desenvolvida por Cecílio e Mehry, o artigo propõe sua utilização enquanto principio de organização dos saberes e práticas da produção de saúde e da própria terapia ocupacional, na busca de ações que sejam efetivamente fundadas na integralidade e na humanização do cuidado.
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Galheigo, S. M. (2008). Terapia ocupacional, a produção do cuidado em saúde e o lugar do hospital: reflexões sobre a constituição de um campo de saber e prática. Revista de Terapia Ocupacional Da Universidade de São Paulo, 19(1). https://doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v19i1p20-28
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