O texto toma como objeto a constituição do professor da educação superior considerando a complexidade do presente. Ao intentar sua problematização, o faz inspirado nos estudos de orientação foucaultiana, servindo-se do discurso como conceito teórico-metodológico. A busca por este objetivo mobilizou: reconhecer a constituição do professor da educação superior inextrincavelmente articulada à constituição da docência; assentir a constituição histórica e contextualizada deste professor; tomá-la em sua singularidade na invenção de um tipo sujeito específico; dar visibilidade ao que se coloca como verdades sobre este professor por meio dos discursos institucionais. Tomou-se como superfície analítica os Projetos Pedagógicos Institucionais de nove universidades do Rio Grande do Sul e buscou-se pelas recorrências discursivas ─ formas de fazer circular verdades autorizadas que, em meio a jogos de verdade, constituem o professor. Organizado em duas seções, na primeira trata a constituição do professor desde uma perspectiva histórica, que permite ver o professor imerso na atmosfera da educação de seu tempo numa constituição não estática, tampouco linear. A segunda seção traz a compreensão de que o professor, no presente, constitui-se em meio a práticas de uma docência singular, que opera pelo agenciamento. O movimento analítico que sustenta este texto conduz à compreensão de que o professor se constitui, no presente, como um sujeito que opera pelo agenciamento e ao operar mobiliza a ideia de fazer do indivíduo alguém capaz de produzir efeitos, ao menos, em três dimensões: (1) uma dimensão de mercado, (2) uma dimensão de conhecimento e tecnologia, (3) uma dimensão humanizadora.
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Pensin, D. P. (2018). Educação superior e agenciamento: a constituição singular do professor da educação superior no presente. Revista Internacional de Educação Superior, 4(1), 74–94. https://doi.org/10.22348/riesup.v4i1.8650674
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