Este artigo objetivou problematizar a noção de “aluna/o-problema”, inicialmente definida por critérios como baixo rendimento escolar, indisciplina, recuperação paralela, com vistas a compreender como tal noção é apropriada e resignificada pelos diferentes sujeitos da comunidade escolar e como opera na construção de identidades das/os estudantes Para tanto, utilizou-se a metodologia de pesquisa qualitativa, a partir da abordagem de Estudo de Caso, entre estudantes do 7º ano de uma Escola Municipal de um bairro periférico da cidade de Uruguaiana/RS. Concluiu-se que a noção de “aluna/o- problema” guarda uma complexidade de sentidos e aponta para o encontro entre universos simbólicos e visões de mundo distintos no espaço escolar, constituídos por marcadores sociais da diferença que se interseccionam, tais como gênero, raça, classe. Ao descortinar esses significados implícitos, esta pesquisa buscou contribuir para o repensar das alteridades no contexto escolar e das relações de ensinagem e aprendizagem. Levando-se em conta que a construção das identidades sociais é um processo relacional, dinâmico e transitório, foi relevante problematizar os diferentes significados atribuídos à noção de problema, de forma a produzir conhecimento sobre essa realidade e, assim, contribuir para a sua transformação.
CITATION STYLE
Leguiça, M. L., & Bonetti, A. de L. (2016). A juventude da periferia na escola: o que é problema? RELACult - Revista Latino-Americana de Estudos Em Cultura e Sociedade, 2, 507–519. https://doi.org/10.23899/relacult.v2i4.313
Mendeley helps you to discover research relevant for your work.