A tese de R. Major, segundo a qual haveria evidências para se considerar o português brasileiro (PB) como "stress-timing" ou tendendo para tal, é rediscutida. As questões fonético-fonológicas suscitadas pela dicotomia de línguas "stress-timed" e "syllable-timed" e o suposto isocronismo absoluto são apresentadas sob um prisma estritamente prosódico-temporal. Um modelo empregando dois osciladores acoplados (acentual e silábico) possibilita a caracterização biparamétrica (taxa de elocução e força de acoplamento) de um conjunto arbitrário de frases de uma língua e permite mostrar que, em PB, há alto grau de "syllable-timing". À luz de uma análise fonética mais cuidadosa dos fatores ligados ao ritmo, mostra-se que os argumentos apresentados por Major para justificar "stress-timing" em PB são completamente equivocados.This paper reintroduces the discussion about stress-timing in Brazilian Portuguese (BP). It begins by surveying some phonetic and phonological issues raised by the syllable - vs stress-timed dichotomy which culminated with the emergence of the p-center notion. Strict considerations of timing of V-V units and stress groups are taken into account to analyze the long term coupling of two basic oscillators (vowel and stress flow). This coupling allows a two-parameter characterization of language rhythms (coupling strength and speech rate) revealing that BP utterances present a high-degree of syllable-timing. A comparison with other languages, including European Portuguese, is also presented. The results analyzed indicate that Major's arguments for considering Portuguese (sic) as stress-timing are misleading.
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BARBOSA, P. A. (2000). “Syllable-timing in Brazilian Portuguese”: uma crítica a Roy Major. DELTA: Documentação de Estudos Em Lingüística Teórica e Aplicada, 16(2), 369–402. https://doi.org/10.1590/s0102-44502000000200006
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