Zoonoses parasitárias associadas ao consumo de carne de peixe cru

  • GUILHERME CAMPOS TAVARES
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Abstract

Brazil is one of the major world powers for fish-farming, with a fishing and aquaculture production volume reaching more than one million tons in 2004. National Aquaculture production is growing on average 21.1% annually, surpassing statistically other activities of national importance such as cattle farming. However the per capita consumption is low, about 6 kg per year due to the high cost of the final product and eating habits that value the consumption of bovine meat. The meat of the fish is a source of high biological value protein, and is rated as nutritionally beneficial to human health by being an important source of essential aminoacids, vitamins, minerals and fatty acids. The fish can be marketed as fresh, chilled or frozen, the first one being the national preference. Inspection of the product to be marketed should be carefully observed, evaluating the organoleptic characteristics and presence of parasites found in the flesh. When the fish are cultivated, so are all sea food creatures, are subjected to factors that lead to stress and as a consequence may arise concomitant diseases, particularly parasitic diseases, which are a risk to public health since some of these parasites cause zoonosis. The increasing incidence of parasitic zoonosis are associated with the consumption of raw fish or insufficiently cooked, and food habits that encourages ingestion of this type of meat, such as sushi and sashimi of eastern culture. The main parasitic zoonosis is transmitted by this inadequate consumption are anisakiasis, eustrongiliase the capilariase the fagicolose the clonorquiose and diphyllobothriasis. Until this moment, there are few reports of parasitic diseases in humans in Brazil, probably due to lack of diagnosis and not by the absence of disease in the country. The sanitary inspection of products fish derivated is still scarce and studies concerning the importance of fish parasites in our country are reduced. Thus the best recommendation would be preventive abstinence from consumption of raw fish or meat not cooked properly, but heat treatment like cooking, is able to eliminate the parasite activity both in their adult and larval form, and freezing at -20 º C for seven days, or -35 º C for not less than fifteen hours, is also described as effective in eliminating these parasites. Health authorities, fish-farmers, veterinarians should seek greater control with regards to fish diseases of zoonotic character, from production to marketing of fish, to decrease the morbidity and mortality of the livestock, improve the quality of fish for consumers avoiding, for a prophylactic measure, the spread of zoonosis transmitted by fish.O Brasil é uma das maiores potências mundiais em piscicultura, com uma produção aqüicola e pesqueira alcançando volume superior a um milhão de toneladas em 2004. A produção aqüicola nacional vem crescendo em média 21,1% ao ano, superando estatisticamente outras atividades de importância nacional como a bovinocultura. Porém o consumo per capita é baixo, cerca de 6 kg ao ano devido ao alto custo do produto final e hábitos alimentares que valorizam o consumo da carne bovina. A carne de peixe constitui uma fonte protéica de alto valor biológico, além de ser avaliada nutricionalmente como benéfica à saúde humana por ser fonte importante de aminoácidos essenciais, vitaminas, minerais e ácidos graxos. O peixe pode ser comercializado na forma in natura, refrigerado ou congelado, sendo a primeira a mais freqüente. A inspeção do produto ao ser comercializado deve ser criteriosamente observada, avaliando características organolépticas e presença de parasitos incrustados na carne. Os peixes quando cultivados, assim como os pescados, estão submetidos a fatores que levam ao estresse e, como conseqüência, podem surgir doenças concomitantes, especialmente doenças parasitárias, que constituem risco à saúde pública já que alguns desses parasitas provocam zoonoses. O aumento da incidência das zoonoses parasitárias está associado ao consumo da carne de peixe cru ou insuficientemente cozido, assim como hábitos alimentares que favoreçam a ingestão desse tipo de carne, como o “sushi” e o “sashimi” da cultura oriental. As principais zoonoses parasitárias transmissíveis pelo consumo inadequado de carne de peixe são a anisaquíase, eustrongilíase, a capilaríase, a fagicolose, a clonorquíase e a difilobotríase. Poucos são os relatos dessas parasitoses em humanos no Brasil, provavelmente pela falta de diagnóstico e não pela ausência das doenças no país. A inspeção sanitária de produtos oriundos do pescado ainda é escassa e estudos referentes à importância dos parasitas de peixes no país são reduzidos. Dessa forma, a melhor recomendação preventiva seria a abstinência do consumo da carne de peixe cru ou não cozida adequadamente, porém existem outras medidas profiláticas como o tratamento térmico, cocção, por exemplo, que seria capaz de eliminar a atividade parasitária tanto na forma adulta quanto larval, e o congelamento a -20ºC pelo período de sete dias, ou a -35ºC por período não inferior a quinze horas, também é descrito como eficaz na eliminação desses agentes parasitários. Autoridades sanitárias, piscicultores e médicos veterinários devem buscar maior controle no que diz respeito às enfermidades de peixes de caráter zoonótico, desde a produção até a comercialização do pescado, para diminuir as taxas de morbidade e mortalidade das criações, melhorar a qualidade do pescado destinado aos consumidores, evitando, por medida profilática, a propagação das zoonoses transmissíveis por peixes.

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GUILHERME CAMPOS TAVARES. (2016). Zoonoses parasitárias associadas ao consumo de carne de peixe cru. Pubvet, 6(25). https://doi.org/10.22256/pubvet.v6n25.1416

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