O objetivo deste artigo é investigar se a governança corporativa constitui força redutora da volatilidade das ações em períodos de elevado grau de incerteza, como o observado na crise financeira de 2008. Com base nas ações negociadas na Bovespa, foram utilizadas cotações diárias, de todas as ações negociadas no mercado à vista, que apresentaram preço de fechamento em todos os pregões realizados no último quadrimestre de 2008, resultando em 14.952 observações. As variações de preços foram analisadas sob duas perspectivas: considerando a variação diária dos preços em termos relativos e avaliando a variação diária dos preços em relação ao risco de mercado, representado pelo Ibovespa. Os resultados sugerem fortemente que a governança corporativa consegue reduzir a volatilidade das ações em períodos de elevado grau de incerteza, principalmente quando considerado o risco de mercado. A análise comparativa das distribuições das variações permitiu observar que as ações das empresas que aderiram aos segmentos de governança corporativa da Bovespa apresentaram mais claramente o padrão gaussiano de distribuição do que as ações das empresas que não aderiram. Entretanto, a qualidade da governança corporativa das empresas, representada pelo segmento em que as ações são negociadas, não consegue diferenciar significativamente a redução da volatilidade dos preços das ações.
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Matucheski, S., Clemente, A., & Sandrini, J. C. (2017). Governança corporativa e volatilidade das ações negociadas na Bovespa na crise financeira de 2008. REBRAE, 2(2), 171. https://doi.org/10.7213/rebrae.v2i2.13454
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