A viscossuplementação é a reposição das propriedades reológicas do líquido sinovial através da injeção de ácido hialurônico de alto peso molecular. História da viscossuplementação Sabe-se, que o líqüido sinovial (LS) de articulações artrósicas (OA) apresenta elasticidade e viscosidade muito inferiores àquela de articulações normais 1 . Esta viscoelasticidade diminuída altera a força de transmissão mecânica à cartilagem, aumentando sua suscetibilidade a traumas mecânicos e ao desgaste natural 2 . A diminuição das propriedades reológicas do LS resultam de um tamanho molecular menor e de uma concentração menor de hialuronato no LS 1 . Isso levou ao conceito do tratamento de viscossuplementação da OA do joelho através da infiltração de hialuronato ou de seus derivados numa tentativa de retornar a elasticidade e a viscosidade do LS ao normal. O conceito básico da viscossuplementação é o da restauração ou o do aumento das propriedades reológicas do LS pela injeção de substâncias viscoelásticas na articulação. A viscossuplementação alivia os sintomas da osteoartrose, e pode, talvez, inibir a degeneração da cartilagem articular, pela estimulação da via anabólica dos condrócitos e pela lavagem da articulação de radicais livres. As evidências estão nos artigos que se seguem. O hialuronano, ou ácido hialurônico (AH), é o principal componente não proteico hidrodinâmico do liquido sinovial (LS). Suas propriedades viscoelástics dão ao LS propriedades de absorção de choque e de lubrificação, enquanto seu tamanho molecular grande e hidrofilia servem para reter fluido na cavidade articular. AH restringe a entrada de proteínas plasmáticas grandes e de células no LS, mas facilita a troca de solutos entre os capilares da sinóvia, a cartilagem e outros tecidos articulares. O AH forma uma capa pericelular ao redor das células, interage com mediadores pró-inflamatórios e se liga a receptores celulares tais como determinante de clones (cluster determinant -CD) 44 e receptor para motilidade mediada por hialuronato (RHAMM), onde modula a proliferação celular, a migração, e a expressão genética. Todas estas propriedades fisicoquimicas e biológicas do AH são dependentes do peso molecular (PM) 3
CITATION STYLE
Rezende, M. U. de, & Gobbi, R. G. (2009). Tratamento medicamentoso da osteoartrose do joelho. Revista Brasileira de Ortopedia, 44(1), 14–19. https://doi.org/10.1590/s0102-36162009000100002
Mendeley helps you to discover research relevant for your work.