Resumo Observando as elaborações dos Canela Apanjekra sobre a pandemia da covid-19 e as estratégias adotadas por eles para conter a doença, nos primeiros meses da dissemina- ção do vírus, este ensaio estabelece um paralelo entre os rituais de reclusão indígenas e os protocolos de distanciamento social. Ao fazê-lo, coloca em primeiro plano as noções nativas sobre saúde, indicando como a produção de corpos saudáveis depende da constante renovação das pessoas a partir do controle da ação de agentes não humanos por meio de fechamentos ritualizados. Por fim, o ensaio contrasta a temporalidade envolvida nos rituais de reclusão com o debate sobre o “retorno à normalidade” com um eventual fim da crise sanitária, questionando como as crises planetárias colocadas pelo antropoceno evocam uma concepção mais sistêmica de fim de (um certo) mundo.Abstract Observing the Canela Apanjekra elaborations about the covid-19 pandemic and their strategies to contain the disease during the first months of virus dissemination, this essay draws a parallel between indigenous seclusion rituals and social distancing protocols. In doing so, it foregrounds native notions of health, indicating how the production of healthy bodies depends on the constant renovation of personhood through the control of the actions of non-human agents through ritualized closings. The essay also contrasts the temporality involved in seclusion rituals with the debate on the “return to normalcy” after a possible end to the sanitary crisis, enquiring how the planetary crisis posed by antropocene evokes a more systemic conception of the end of (a certain) world.
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Guimarães, B. N. (2021). O CASULO DA PANDEMIA: ESTRATÉGIAS INDÍGENAS PARA HABITAR O FIM DO MUNDO. Sociologia & Antropologia, 11(spe), 239–246. https://doi.org/10.1590/2238-38752021v11esp17
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