O artigo pretende debater alguns aspetos de dois modelos de política pública dirigidos a jovens de camadas sociais desfavorecidas, tomando como base o acompanhamento etnográfico das práticas de coletivos culturais das periferias de Lisboa (Portugal) e São Paulo (Brasil), os quais são beneficiários, respetivamente, dos programas “Escolhas” (PE) e “Valorização de Iniciativas Culturais” (VAI). Por meio da reconstituição de algumas das experiências dos nossos interlocutores em suas negociações com os poderes públicos, queremos analisar aspetos do impacto dessas políticas no fomento da capacidade associativa da juventude “periférica”, bem como conhecer as influências que exercem nas suas subjetividades e trajetórias de vida. Em particular, interrogamos os limites da “economia da cultura” como meio para contornar os processos de segregação e estigmatização, quando atreladas a conceções políticas que restringem a participação juvenil à execução de projetos e à busca de soluções para a chamada “questão social”.
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Raposo, O., & Aderaldo, G. (2019). Políticas públicas e produção artístico-cultural entre jovens das periferias de Lisboa e São Paulo. Etnografica, (vol. 23 (1)), 109–132. https://doi.org/10.4000/etnografica.6395
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