Resumo: Ao narrar a aventura intelectual de Joseph Jacotot, Rancière escova a história a contrapelo - na bela metáfora benjaminiana -, fazendo ressoar uma voz até então condenada ao esquecimento. Este artigo expõe as formas pelas quais Jacotot opõe o mestre embrutecedor ao mestre emancipador, que verifica no presente a igual capacidade de todos e de cada um para compreender as obras da inteligência humana. Em face dessa dicotomia proponho uma imagem intermediária: a de um mestre iniciador, para quem um processo educativo comprometido com o princípio da igualdade clama tanto pela emancipação intelectual quanto pela transmissão intergeracional de um legado de experiências simbólicas que confere durabilidade a um mundo comum de realizações históricas.Abstract: By narrating the intellectual adventure of Jacotot, Rancière brushes the story against the grains - resorting to the Benjaminian metaphor -, echoing a voice that seemed condemned to oblivion. This text aims at exposing the ways in which Jacotot opposes a stultifying master to an emancipating one, who verifies in the present the equal capacity of everyone to understand the works of human intelligence. In face of this dichotomy, I propose an intermediate image: the master as an initiator, for whom an educational process committed to the equality principle cries out for both the intellectual emancipation and the intergenerational transmission of a legacy of symbolic experiences that provides durability to a world of historical achievements.
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Carvalho, J. S. F. de. (2020). Do Mestre Ignorante ao Iniciador: forma escolar e emancipação intelectual. Educação & Realidade, 45(2). https://doi.org/10.1590/2175-623691817
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