DINÂMICA DA DESEMBOCADURA DO CORPO LAGUNAR DO ARARAPIRA

  • MIHÁLY P
  • ANGULO R
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A desembocadura lagunar do Ararapira conecta o oceano ao corpo lagunar do Ararapira (Mar do Ararapira), o qual apresenta orientação SSW-NNE, paralelo à linha de costa. Esta desembocadura vem apresentando um processo contínuo de migração lateral no sentido SW. O sentido predominante da corrente de deriva litorânea longitudinal é NE e está relacionado à passagem de frentes frias. A ausência prolongada deste efeito meteorológico causa variações temporárias no padrão de ondas, que induzem à inversão periódica no sentido da corrente de deriva. Considerando-se esta inversão, são sugeridos dois modelos de circulação das correntes de maré e dos sedimentos, na desembocadura lagunar do Ararapira, que atuando alternadamente provocariam a migração desta no sentido inverso ao da corrente de deriva. Quando o sentido da deriva é NE, os processos que atuam na margem erosiva da desembocadura, durante a maré vazante, são semelhantes aos que ocorrem na margem côncava de um meandro, sendo as areias depositadas no delta de maré vazante (delta de deriva litorânea). No entanto, quando ocorre a inversão no sentido da deriva, as areias que formam o delta de deriva litorânea são erodidas pela ação das ondas e depositadas, durante a maré enchente, na margem que está em processo de acresção. Estas areias seriam depositadas nesta margem em decorrência do bloqueio da deriva, pelo fluxo da corrente de maré vazante (efeito molhe hidráulico). As margens do corpo lagunar do Ararapira apresentam pontos de erosão, principalmente na margem localizada no esporão que separa o corpo lagunar do oceano, podendo com o avanço deste processo, ocorrer uma ruptura que originaria uma nova desembocadura. Este fato, juntamente com a progressiva elongação do corpo lagunar devido ao crescimento lateral do esporão do Ararapira, levaria à abertura de uma nova desembocadura mais a NE da atual e ao assoreamento de parte do corpo lagunar localizado entre as duas desembocaduras, a antiga e a recente.

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MIHÁLY, P., & ANGULO, R. J. (2002). DINÂMICA DA DESEMBOCADURA DO CORPO LAGUNAR DO ARARAPIRA. Revista Brasileira de Geociências, 32(2), 217–222. https://doi.org/10.25249/0375-7536.2002322217222

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