A criação e gestão de unidades de conservação (UC) envolvem uma problemática complexa, uma vez que integra tensões e conflitos desde a institucionalização dessas áreas pelo estado até a implementação do ordenamento do território propriamente dito. Isso porque, muitas vezes, múltiplos interesses se contrapõem, subsistindo diferentes significados sobre a natureza que se quer proteger. Nesse contexto, o objetivo desse artigo foi elaborar uma (re)construção histórica da criação e implementação da APA Estadual Macaé de Cima e analisar qual(is) e como a(s) “natureza”(s) vem sendo protegida(s) nesta UC, localizada na região serrana do estado do Rio de Janeiro (Brasil). Para tal, foram sistematizadas informações relativas às ações de gestão e investigadas as diferentes percepções sobre natureza, dentre diferentes atores: gestores, conselheiros, proprietários e agricultores. A metodologia envolveu uma fase de campo com a realização de entrevistas, pautadas em procedimentos éticos, entre 2013 e 2019. Os resultados indicaram três visões de natureza que, por vezes, se mesclam entre si: a natureza contemplativa/bucólica, a natureza utilitária e a natureza científica.
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Hissa Villas Boas, G., & Passos de Mattos, C. (2021). A(s) natureza(s) da APA Macaé de Cima (Rio de Janeiro - Brasil): percepções, dilemas e conflitos. Sociedade & Natureza, 33, e56556. https://doi.org/10.14393/sn-v33-2021-56556
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