Diversos estudos têm evidenciado que o grupo de amigos assume para os adolescentes importância a vários níveis: suporte instrumental e emocional, ajuda na resolução das tarefas desenvolvimentais e na construção da identidade (Alves Martins, 1998; Gouveia-Pereira, 1995, 1998; Palmonari, Pombeni & Kirchler,1990, 1991, 1992; Sherif, 1984). Na linha dos trabalhos de Tajfel (1982, 1983) acerca das relações intergrupais e segundo Cotterel (1996), o grupo proporciona experiências emocionais positivas, através da aceitação e reconhecimento do indivíduo, em contrapartida, o indivíduo ganha no sentido da pertença, da solidariedade entre os membros do grupo.Definimos como objectivo analisar a percepção que os adolescentes têm do seu grupo de pares e dos outros grupos, numestabelecimentos escolar na área de Lisboa. Para analisar essa percepção, procurámos contemplar a formação e o percurso do grupo, locais de encontro, dimensões identitárias e avaliativas, e em função destas, compreender a diferenciação relativamente aos outros grupos, junto de 42 adolescentes. A amostra foi constituída por 42 adolescentes a frequentar os 7.º e 9.º anos de escolaridade. Para a recolhados dados utilizaram-se metodologias qualitativas com entrevistas de grupo aprofundadas.Os resultados evidenciam que a formação dos grupos é fortemente influenciada pela dinâmica escolar. Ao nível das relações intergrupais a forma como os adolescentes se diferenciam dos outros grupos é diferente consoante se encontram no 7.º ano ou no 9.º ano. Os do 9.º ano apresentam maior capacidade de diferenciação relativamente aos outros grupos, e diferenciam-se através de dimensões, quer avaliativas quer de natureza mais comportamental, enquanto os do 7.º ano apenas o fazem através desta última dimensão.
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Gouveia-Pereira, M., Pedro, I., Amaral, V., Alves Martins, M., & Peixoto, F. (2012). Dinâmicas grupais na adolescência. Análise Psicológica, 18(2), 191–201. https://doi.org/10.14417/ap.414
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