Objetivo: A obtenção do número adequado de órgãos cadavéricos para transplantes é um item de política pública importante. Modelos econômicos tradicionais supõem que a solução pode ser obtida por incentivos financeiros. Críticos dessa abordagem insistem que o mercado não resolve o problema, mas a intervenção estatal sim. Métodos: Este artigo apresenta o modelo do homo economicus maturus de Frey (1997), cujo principal mérito é mostrar que ambas as críticas estão incorretamente colocadas, pois indivíduos respondem não apenas a incentivos monetários de forma positiva, como demonstram os modelos tradicionais, mas também podem apresentar reações psicológicas adversas. Esse modelo é aplicado ao dilema da doação de órgãos com a inclusão do fator tecnológico, por meio da substituição de órgãos humanos por órgãos não humanos (xenotransplantes). Resultados: O principal resultado do artigo é mostrar como um avanço tecnológico pode melhorar o bem-estar sem alterar o dilema moral dos indivíduos. Conclusões: A extensão do modelo econômico tradicional permite uma análise com novas possibilidades acerca de mudanças tecnológicas e dos dilemas morais que elas podem trazer.
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Shikida, C., & Araujo Jr., A. (2019). A tecnologia nos torna melhores ou apenas adia nosso dilema moral? O caso dos xenotransplantes. Jornal Brasileiro de Economia Da Saúde, 11(1), 18–25. https://doi.org/10.21115/jbes.v11.n1.p18-25
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